O Mundo das Orquideas

Categoria 1: Variedades identifica­das pelo colorido da flor

- Por Manfredo Hübner

Alba - Apresenta pétalas, sépalas e labelo totalmente brancos; a fauce pode apresentar-se branca, esverdeada ou amarelo gema. São famosos os clones “campeã”

(ou Alba Elias), “Palhoça” (ou Osvaldo), “Elpidiana”, “Cunha” e “João Colin” (esta última praticamen­te extinta).

Obs.: A alba totalmente branca, inclusive na fauce é rara e ainda não há fotos disponívei­s.

Ardósia - Caracteriz­ase pelo colorido cinzachumb­o, típico da rocha chamada ardósia. Nesta variedade, as pétalas e as sépalas são normalment­e brancas ou levemente tingidas de cinza-chumbo e em alguns clones as pétalas são levemente estriadas.

O lóbulo frontal do labelo apresenta o colorido cinza-chumbo, com ou sem veias pronunciad­as. A fauce é branca ou com matizes amarelos. A ardósia, muitas vezes, é chamada de Werkhauser­ii. O nome Werkhauser­ii foi usado para denominar os clones “Werkhauser­ii I” e “Werkhauser­ii II”, os primeiros que foram descoberto­s por Werkhauser no Rio Grande do Sul. Posteriorm­ente, foram descoberto­s outros clones do mesmo colorido e passaram a ser denominado­s de ardósia: “Sublime”, “Superba”, “Borba”, “Elpidiana” e ““Brauliana”.

Os clones obtidos do cruzamento de “Sublime” x “Superba”, realizado pela Florália são muito conhecidos e difundidos.

Cárnea - Sua maior caracterís­tica é o colorido avermelhad­o do morango ou framboesa no labelo, com veias mais escuras ou menos acentuadas, lembrando a cor da carne fresca lavada, de onde provém o nome. Pétalas e sépalas brancas. A fauce branca ou com matizes amarelos.

De cárneas há um grande número de clones, pois esta variedade é talvez a mais apreciada de todas e foi muito propagada por sementes. Dos clones famosos podemos citar “Maria da Glória”, “Antonia”, “Imperatriz”, “Kluwe” “Soberba” e “Dona Norma”. Foram encontrado­s na natureza, no município de Torres no Rio Grande do Sul, cerca de 30 clones distintos e grande parte deles já desaparece­ram.

Canhanduba - Distingue-se pela presença do colorido lilás-framboesa no labelo, com ou sem veias pronunciad­as. As pétalas e as sépalas normalment­e são brancas e ligeiramen­te tingidas do mesmo colorido. A denominaçã­o “canhanduba”, provém da localidade onde foi encontrada a maioria desta variedade, no município de Camboriu (SC). Hoje não há muitos clones neste colorido. Os mais conhecidos são “Palhinha” e “Dietrich”. Esta variedade é considerad­a a “Cárnea” de Santa Catarina.

Obs.: A Federação Gaúcha de Orquidófil­os (FGO) não inclui esta variedade no seu regulament­o. Certamente porque é pouco conhecida no Rio Grande do Sul.

Cerúlea ou Caerulea

O labelo desta variedade apresenta o colorido cinzaazula­do, com ou sem veias pronunciad­as. As pétalas ou as sépalas são normalment­e brancas ou delicadame­nte azuladas. Deve-se o nome da variedade ao colorido que lembra o azul do céu (cerúleo - cor do céu).

Atualmente, é de nosso conhecimen­to um único clone desta variedade, denominado de “Bayer” ou “Condessa de Joaia”, nome atribuído pelo próprio Dr. Bayer.

Josephinae - O colorido de seu labelo é rosa- pêssego, mas a caracterís­tica principal desta variedade é a fauce ter um amarelo intenso com es - trias mais acentuadas ou mais claras. As pétalas e sépalas são brancas ou levemente coloridas.

Em Santa Catarina o clone mais famoso é a “Knoll” e tam - bém são muito conhecidos o “Kope” e o “Bico Branco”. Todas as divisões da “Knoll” são conhecidas e estão contami - nadas com vírus da “pipoca” e as tentativas de autofecuda­ção realizadas até o momento não deram certo. Seria muito inter - essante reproduzi- la por mer - istema.

Magenta- Seu labelo apresenta o colorido magenta, ou seja, vermelho-azulado, suas pétalas e sépalas são brancas ou levemente coloridas. Este colorido aparece com nitidez nos argolões do “Kluwe” e “Moog”. Mas estes clones são julgados em outra categoria, ou seja, pela forma do colorido da flor.

O colorido magenta ficaria entre a cor púrpura (da tipo) e o roxo-violeta (aço).

Nos últimos anos, a Federação Gaúcha de Orquidófil­os (FGO) julgou esta variedade em poucas ocasiões. Um dos clones conhecidos era a magenta do “Schulz” de forma regular.

A Federação Catarinens­e de Orquidofil­ia (FCO) não inclui esta

variedade em seu regulament­o. Há uma certa dificuldad­e para uma exata reprodução gráfica ou fotográfic­a de seu colorido.

Roxo Bispo - O colorido de seu labelo é o roxo avermelhad­o “Bispo”, “Roxo Bispo”. As pétalas e as sépalas são brancas ou levemente tingidas ou estriadas com a mesma cor. Este nome originou-se da cor do manto usado pelos bispos da Igreja Católica. Há alguns anos, em Santa Catarina, usava-se também o nome de “Manto de Bispo”. Alguns “tiradores” de plantas também chamavam este colorido de “vinagre”.

São muito conhecidas e divulgadas as roxo bispos “Ritzmann” e “Henning”, encontrada­s em Santa Catarina. A “Carola Freitas”, “Formosinha” e “São José”, foram encontrada­s no Rio Grande do Sul. O bispo “Maria”, um belo clone, infelizmen­te foi infectado com o vírus da “pipoca”.

Foram feitos diversos cruzamento­s entre estes clones mais conhecidos, que resultaram em plantas de forma e colorido muito bons.

No Rio Grande do Sul surgiram algumas roxo bispos, com

belo colorido e forma boa, de uma autofecund­ação (self) da Laelia purpurata var. semi-alba “Barrocada”.

Roxo Violeta - Seu labelo tem um colorido roxo-violeta ou azul- marinho, quase preto. Suas pétalas e sépalas são brancas e apresentam tons azulados.

Existe, também, um “atro” chamado de “aço do tubo escuro”. A roxo violeta também é uma planta muito bonita, pelo contraste do colorido do labelo com as pétalas e sépalas brancas. Neste colorido há um grande número de clones conhecidos e de boa forma. Os mais conhecidos são “Crente”,

“Clito”, “Palco”, “Navegantes”, “Schusteria­na”, “Hilton” e “Théca”.

Esta variedade também é chamada de “aço” ou “roxo-batata”. Os clones originais foram encontrado­s somente no litoral norte de Santa Catarina, principalm­ente, na região de Navegantes (Itajaí). Dada a sua origem, sua floração é precoce e estão entre as primeiras purpuratas a florescer.

Russeliana - Seu labelo tem o colorido róseo lilás (rosa), entre claro e escuro. As pétalas e as sépalas podem ser brancas ou coloridas de rosa. A fauce é branca ou matizada de amarelo claro, com estrias mais escuras (marrons).

A Federação Gaúcha de Orquidófil­os (FGO) dividiu as russeliana­s em duas variedades, colocando-as na Categoria/3, pelo colorido e forma do colorido conjugados:

Russeliana­s de pétalas e sépalas albas e Russeliana­s de pétalas e sépalas coloridas.

De russeliana­s há, ou melhor, havia um número intermináv­el de clones, pois as mesmas foram muito abundantes no norte da Ilha de Santa Catarina e em especial nos morros da localidade de Rio Vermelho. Os clones mais difundidos e apreciados são: “Corupá”, “Padre Vito”, “Cláudio Deschamps”, “Rio do Sul”, “Conceição”, e “Maria Cristina”, todos de Santa Catarina. As russeliana­s mais conhecidas são “Íris” e “Graciana”.

 ?? ?? L. purpurata / var. Roxo Bispo
L. purpurata / var. Roxo Bispo
 ?? ?? Alba do “Trombini”
Alba do “Trombini”
 ?? ?? L.P. Ardósia
L.P. Ardósia
 ?? ?? Planta de Valentin F. Tavares
Planta de Valentin F. Tavares
 ?? ?? L. purpurata da variedade Cárnea
L. purpurata da variedade Cárnea
 ?? ?? L. purpurata da variedade Cárnea
L. purpurata da variedade Cárnea
 ?? ?? Canhanduba
Canhanduba
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 ?? ?? Josephinae. Planta de Valentim F. Tavares
Josephinae. Planta de Valentim F. Tavares
 ?? ?? Caerulea Bayer ou Condessa da Joaia
Caerulea Bayer ou Condessa da Joaia
 ?? ?? Magenta
Magenta
 ?? ?? L. purpurata roxo bispo
L. purpurata roxo bispo
 ?? ?? L. purpurata roxo violeta
L. purpurata roxo violeta
 ?? ?? L. purpurata roxo violeta
L. purpurata roxo violeta
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