Categoria 1: Variedades identificadas pelo colorido da flor
Alba - Apresenta pétalas, sépalas e labelo totalmente brancos; a fauce pode apresentar-se branca, esverdeada ou amarelo gema. São famosos os clones “campeã”
(ou Alba Elias), “Palhoça” (ou Osvaldo), “Elpidiana”, “Cunha” e “João Colin” (esta última praticamente extinta).
Obs.: A alba totalmente branca, inclusive na fauce é rara e ainda não há fotos disponíveis.
Ardósia - Caracterizase pelo colorido cinzachumbo, típico da rocha chamada ardósia. Nesta variedade, as pétalas e as sépalas são normalmente brancas ou levemente tingidas de cinza-chumbo e em alguns clones as pétalas são levemente estriadas.
O lóbulo frontal do labelo apresenta o colorido cinza-chumbo, com ou sem veias pronunciadas. A fauce é branca ou com matizes amarelos. A ardósia, muitas vezes, é chamada de Werkhauserii. O nome Werkhauserii foi usado para denominar os clones “Werkhauserii I” e “Werkhauserii II”, os primeiros que foram descobertos por Werkhauser no Rio Grande do Sul. Posteriormente, foram descobertos outros clones do mesmo colorido e passaram a ser denominados de ardósia: “Sublime”, “Superba”, “Borba”, “Elpidiana” e ““Brauliana”.
Os clones obtidos do cruzamento de “Sublime” x “Superba”, realizado pela Florália são muito conhecidos e difundidos.
Cárnea - Sua maior característica é o colorido avermelhado do morango ou framboesa no labelo, com veias mais escuras ou menos acentuadas, lembrando a cor da carne fresca lavada, de onde provém o nome. Pétalas e sépalas brancas. A fauce branca ou com matizes amarelos.
De cárneas há um grande número de clones, pois esta variedade é talvez a mais apreciada de todas e foi muito propagada por sementes. Dos clones famosos podemos citar “Maria da Glória”, “Antonia”, “Imperatriz”, “Kluwe” “Soberba” e “Dona Norma”. Foram encontrados na natureza, no município de Torres no Rio Grande do Sul, cerca de 30 clones distintos e grande parte deles já desapareceram.
Canhanduba - Distingue-se pela presença do colorido lilás-framboesa no labelo, com ou sem veias pronunciadas. As pétalas e as sépalas normalmente são brancas e ligeiramente tingidas do mesmo colorido. A denominação “canhanduba”, provém da localidade onde foi encontrada a maioria desta variedade, no município de Camboriu (SC). Hoje não há muitos clones neste colorido. Os mais conhecidos são “Palhinha” e “Dietrich”. Esta variedade é considerada a “Cárnea” de Santa Catarina.
Obs.: A Federação Gaúcha de Orquidófilos (FGO) não inclui esta variedade no seu regulamento. Certamente porque é pouco conhecida no Rio Grande do Sul.
Cerúlea ou Caerulea
O labelo desta variedade apresenta o colorido cinzaazulado, com ou sem veias pronunciadas. As pétalas ou as sépalas são normalmente brancas ou delicadamente azuladas. Deve-se o nome da variedade ao colorido que lembra o azul do céu (cerúleo - cor do céu).
Atualmente, é de nosso conhecimento um único clone desta variedade, denominado de “Bayer” ou “Condessa de Joaia”, nome atribuído pelo próprio Dr. Bayer.
Josephinae - O colorido de seu labelo é rosa- pêssego, mas a característica principal desta variedade é a fauce ter um amarelo intenso com es - trias mais acentuadas ou mais claras. As pétalas e sépalas são brancas ou levemente coloridas.
Em Santa Catarina o clone mais famoso é a “Knoll” e tam - bém são muito conhecidos o “Kope” e o “Bico Branco”. Todas as divisões da “Knoll” são conhecidas e estão contami - nadas com vírus da “pipoca” e as tentativas de autofecudação realizadas até o momento não deram certo. Seria muito inter - essante reproduzi- la por mer - istema.
Magenta- Seu labelo apresenta o colorido magenta, ou seja, vermelho-azulado, suas pétalas e sépalas são brancas ou levemente coloridas. Este colorido aparece com nitidez nos argolões do “Kluwe” e “Moog”. Mas estes clones são julgados em outra categoria, ou seja, pela forma do colorido da flor.
O colorido magenta ficaria entre a cor púrpura (da tipo) e o roxo-violeta (aço).
Nos últimos anos, a Federação Gaúcha de Orquidófilos (FGO) julgou esta variedade em poucas ocasiões. Um dos clones conhecidos era a magenta do “Schulz” de forma regular.
A Federação Catarinense de Orquidofilia (FCO) não inclui esta
variedade em seu regulamento. Há uma certa dificuldade para uma exata reprodução gráfica ou fotográfica de seu colorido.
Roxo Bispo - O colorido de seu labelo é o roxo avermelhado “Bispo”, “Roxo Bispo”. As pétalas e as sépalas são brancas ou levemente tingidas ou estriadas com a mesma cor. Este nome originou-se da cor do manto usado pelos bispos da Igreja Católica. Há alguns anos, em Santa Catarina, usava-se também o nome de “Manto de Bispo”. Alguns “tiradores” de plantas também chamavam este colorido de “vinagre”.
São muito conhecidas e divulgadas as roxo bispos “Ritzmann” e “Henning”, encontradas em Santa Catarina. A “Carola Freitas”, “Formosinha” e “São José”, foram encontradas no Rio Grande do Sul. O bispo “Maria”, um belo clone, infelizmente foi infectado com o vírus da “pipoca”.
Foram feitos diversos cruzamentos entre estes clones mais conhecidos, que resultaram em plantas de forma e colorido muito bons.
No Rio Grande do Sul surgiram algumas roxo bispos, com
belo colorido e forma boa, de uma autofecundação (self) da Laelia purpurata var. semi-alba “Barrocada”.
Roxo Violeta - Seu labelo tem um colorido roxo-violeta ou azul- marinho, quase preto. Suas pétalas e sépalas são brancas e apresentam tons azulados.
Existe, também, um “atro” chamado de “aço do tubo escuro”. A roxo violeta também é uma planta muito bonita, pelo contraste do colorido do labelo com as pétalas e sépalas brancas. Neste colorido há um grande número de clones conhecidos e de boa forma. Os mais conhecidos são “Crente”,
“Clito”, “Palco”, “Navegantes”, “Schusteriana”, “Hilton” e “Théca”.
Esta variedade também é chamada de “aço” ou “roxo-batata”. Os clones originais foram encontrados somente no litoral norte de Santa Catarina, principalmente, na região de Navegantes (Itajaí). Dada a sua origem, sua floração é precoce e estão entre as primeiras purpuratas a florescer.
Russeliana - Seu labelo tem o colorido róseo lilás (rosa), entre claro e escuro. As pétalas e as sépalas podem ser brancas ou coloridas de rosa. A fauce é branca ou matizada de amarelo claro, com estrias mais escuras (marrons).
A Federação Gaúcha de Orquidófilos (FGO) dividiu as russelianas em duas variedades, colocando-as na Categoria/3, pelo colorido e forma do colorido conjugados:
Russelianas de pétalas e sépalas albas e Russelianas de pétalas e sépalas coloridas.
De russelianas há, ou melhor, havia um número interminável de clones, pois as mesmas foram muito abundantes no norte da Ilha de Santa Catarina e em especial nos morros da localidade de Rio Vermelho. Os clones mais difundidos e apreciados são: “Corupá”, “Padre Vito”, “Cláudio Deschamps”, “Rio do Sul”, “Conceição”, e “Maria Cristina”, todos de Santa Catarina. As russelianas mais conhecidas são “Íris” e “Graciana”.