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CATTLEYA AMETHYSTAGLOSSA
Apresentação de “�po e variedades” 
e aventuras de descobrimentos
Raymundo Fernandes Reis Junior
Walney Félix da Silva
2020
1 
 
 
Cattleya amethystoglossa: 
 
 Apresentação de “tipo e variedades” e aventuras de 
descobrimentos 
 
 
Raymundo Fernandes Reis Junior e Walney Félix da Silva 
 
 
Introdução 
 
Cattleya amethystoglossa, popularmente conhecida como 
amestistoglossa ou ametista, é considerada a rainha das 
“cattleyas” do Brasil, o que pode ser comprovada pela 
exuberância e variabilidade de suas formas, cores e tons, além 
da evidente elegância audaciosa da sua vegetação. 
 
 
Cattleya amethystoglossa, pertencente à família 
Orchidaceae, é uma espécie genuinamente brasileira, cujo 
principal habitat são as matas altas do sul da Bahia e foi 
registrada pela primeira vez em coleta realizada em 1857. 
Atualmente, sua ocorrência tem sido notada em outras regiões 
da Bahia, além de outros estados. Classificada por Lindley e 
Reichenbach, trata-se de uma planta robusta epífita ou rupícola 
com pseudobulbos cilíndricos e vincados de até um metro de 
altura (WIKIPEDIA, 2020). A espécie lança raízes vistosas que 
abraçam e dominam onde tocam, buscando o sustento para 
resultar em flores maravilhosas. 
 
2 
 
Imagine-se estar em um meio ambiente forte, lindo e 
complexo, que é a mata atlântica Brasileira, onde reúne um 
conjunto de flora diversificada, e, surpreendentemente, deparar-
se com um espetacular exemplar de amesthystoglossa, é 
inesquecível. 
 
 
Portanto, além da indomável paixão por representantes 
desta espécie, é necessário reunir estudos mais detalhados sobre 
a mesma, o que possibilitará agregar informação e 
conhecimento em um artigo capaz de expressar o que podemos 
chamar de “complexo Cattleya amethystoglossa”. 
Distribuição geográfica 
 
 
Por muito tempo a Cattleya amethystoglossa foi dada como 
endêmica da Bahia. Pesquisadores, coletores e botânicos, em 
suas viagens de descobrimento, deixaram relatos que por muito 
tempo foi aceito como definitivo. 
 
 
Inicialmente, as primeiras coletas ocorreram na região 
próxima ao litoral, uma área restrita ao recôncavo baiano. Em 
expedições posteriores, foram realizadas coletas que ampliaram 
consideravelmente o horizonte geográfico de sua distribuição. 
Cattleya amethystoglossa foram coletadas em direção ao interior 
baiano, adentrando a região central, chapada diamantina, região 
do Rio São Francisco, região sudoeste e sul da Bahia, e também 
foi coletada no norte da Bahia, embrenhando-se no estado de 
Pernambuco. Segundo relatos, também já foi coletada no norte 
do Espírito Santo, no entanto, constata-se que atualmente não é 
3 
 
mais encontrada neste estado. Em Minas Gerais é encontrada 
em região do Vale do Mucurí, Vale do Jequitinhonha e Vale do 
Rio doce, (Foto 1). Em virtude do seu hábito epífita, 
eventualmente rupícola, habitam regiões de 150 a 1200m de 
altitude. 
 
 Foto 1: Mapa de distribuição geográfica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exposição deCattleya amethystoglossa no berço de sua 
origem 
 
Em uma bucólica vila a beira mar no sul da Bahia, em uma 
região chamada de Costa da Baleia, foi idealizada exposição e 
feira de C. amethystoglossa. Reuniu-se colecionadores e 
produtores da Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais, no que ficou 
conhecido de “exposição e feira de Cumuruxatiba”, mesmo 
nome da Vila onde o evento ocorre. 
 
4 
 
Cumuruxatiba é uma antiga vila de pescadores e aldeia de 
índios, lugar aconchegante e de povo hospitaleiro, com um bom 
conjunto de hotéis e pousadas, sempre prontas a receber os 
visitantes havidos pelo encontro com a tranquilidade em um 
local aconchegante e com um meio ambiente preservado. Possui 
belas praias e areia fofa, com majestosa formação de rochas a 
quebrar as ondas, tornando-as macias e suaves, boa para relaxar 
a beira mar e na sombra de coqueiros. A formação geológica de 
Cumuruxatiba é distinta, pois confere à vila, situada ao nível do 
mar, uma expressão de um lindo quadro da natureza, com seus 
lagos e falésias (Foto 2). 
 
 Foto 2: Mar Falésia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No alto, na borda da falésia, fica o restaurante “Catamarã”, 
propriedade do amigo e orquidófilo Rui. Neste sítio, além da 
vista fantástica, também se encontra o melhor restaurante do 
lugar, comandado pela Dona Elizete, de dons culinários dignos de 
estrela Michelin. É neste cenário onde tudo acontece, todos os 
anos, no período de 07 de setembro, feriado em comemoração 
da independência do Brasil. Nestes dias, o mar, a paisagem e a 
 
5 
 
cozinha dividem a atenção com a Cattleya amethystoglossa. 
Todo o conjunto da feira e exposição é montado de forma 
rústica, respeitando-se e combinando com o meio ambiente. 
Afinal, estamos em território de povos nativos e a natureza reina 
(Foto 3) 
 
 Foto 3:Alan e Walnei 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cattleya amethystoglossa: “Tipo” e “variedades” 
 
Neste artigo, descreveremos a Cattleya Amethystoglossa 
como plantas silvestres (que nasce, cresce e dá flores ou frutos 
sem cultivo). Ou seja, essas plantas tiveram origem no seu 
habitat natural, e, posteriormente, foram coletadas e estão em 
coleções particulares. No entanto, os exemplares são 
submetidos a cruzamentos artificiais entre essas plantas, com o 
objetivo do melhoramento de formas, cores, tamanhos e 
quantidades de flores. A natureza naturalmente produz 
recombinação, gerando variabilidade e evolução, desde que não 
hajam barreiras geográficas e biológicas. O homem procura dar 
velocidade a esses acontecimentos, combinando variedades 
 
6 
 
isoladas geograficamente e selecionando as combinações que 
melhor atendem às suas expectativas. 
 
Não trataremos aqui de Cattleya amethystoglossa que 
sofreu tratamento ou modificação cromossômica por indução, 
nem de plantas que foram submetidas a cruzamento entre 
espécies para a produção de híbridos e retrocruzamentos, no 
intuíto de aproveitar a melhor combinação genética desejada. 
Neste trabalho, a Cattleya amethystoglossa foi dividida em 
plantas denominadas “tipo” (plantas classificadas como padrão) 
e “variedades” (plantas com particularidades que as difere da 
plantas padrão); mostraremos os dois grupos, as suas 
peculiaridades, características e distinção. 
 
Cattleya amethystoglossa: “Tipo” 
 
Cattleya amethystoglossa tipo é bem característica, 
apresenta um tom róseo-claro pintalgado (Foto 4). A planta foi 
avaliada por Lindley e Reichenbach em 1857, para descrição e 
posterior publicação, é a planta padrão e representa a grande 
maioria das amostras encontradas na natureza. O seu nome 
amethystoglossa, uma referência a amethystos (ametista) e 
glossa (língua), em referência a cor do labelo dessa espécie 
(Toscano e Cribb, 2005). 
 
 
 
 Foto 4: Cruz das Almas 
 
 
 
 
7 
 
Apresentaremos a Cattleya amethystoglossa “tipo” partindo 
de um padrão de forma, cor e disposição das pintas, referindo-se 
às suas características comuns até um conjunto mais alinhado e 
harmonioso. A sequência de fotos permite visualizar a beleza da 
espécie em relação à sua arquitetura mais apurada, resultado da 
seleção de plantas silvestres e também daquelas resultantes de 
cruzamento entre plantas da mesma espécie, denotando o 
conjunto de belezas sem igual (Fotos 5 a 9). Salientamos que, 
nós, apaixonados por orquídeas, temos por hábito dar nomes às 
amostras encontradas das mesmas, tornando-as um ente 
querido, o que, na verdade, realmente é o que elas representam. 
 
 Foto 5 Foto 6: “Gloriosa" 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
Foto7: "Independência" Foto 8: "Sandrinha" 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Foto 9Veremos a seguiras imagens de Cattleya amethystoglossa 
silvestres de alta qualidade harmônica, plantas de forma 
impecável e de genoma tetraploide (Fotos 10 e 11). São 
orquídeas de sépalas e pétalas mais largas e labelo plano, dando 
um corpo arredondado, características que remetem a uma 
genética aprimorada na beleza dos contornos das flores, as quais 
são transmitidas a seus descendentes. 
 
 
 
9 
 
 Foto 10: "Madona" Foto 11: "Zabelê" 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A partir da seleção dos tipos Madona e Zabelê, e do 
cruzamento entre elas, obtivemos as plantas filhas ilustradas 
abaixo (Fotos 12 a 14). Podemos observar a simetria e a beleza 
excepcional das flores de plantas destes tipos no seu estado 
natural e dos descendentes dos seus cruzamentos. A planta da 
foto 14 homenageia o amigo Alain Benoit, fervoroso 
ambientalista e amante das orquídeas do Brasil. 
 Foto 12 Foto 13: "Ave Maria" 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 Foto 14: "Alain Benoit" 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cattleya amethystoglossa: “Variedades” 
 
 
Se a Cattleya amethystoglossa “tipo”, por si só, é muito 
linda, as variedades pertencem a um mundo à parte, devido ao 
seu grande esplendor e complexidade. Esta complexidade é 
devida aos padrões de cores e interação de detalhes que tornam 
as variedades um espetáculo maravilhoso. 
 
São várias Cattleya amethyistoglossa que se encaixam como 
“variedades”, as principais são: “Rubra”, “Flâmea”, “Concolor”, 
“Marginata”, “Salmonea”, “Lisa”, “Amesiana”, “Lilacina”, “Semi-
alba”, “Coerulea”, “Albescens”, “Vinicolor”, “Alba e a espetacular 
e única a “Áurea”͘. 
 
 
Enquanto se aprecia as fotos, serão contada algumas 
“histórias de descobrimento” de plantas excepcionais, as 
 
11 
 
aventuras proporcionadas pela sua descoberta e o legado 
botânico deixado para a ciência e aos apaixonados orquidófilos. 
 
 
Mergulharemos no interior de belas matas tropicais em 
companhia dos sonhos de desbravadores e colecionadores dos 
séculos XX e XXI, na apresentação, como troféus, das belezas 
das Cattleya amethystoglossa misteriosamente ainda guardadas 
nestas matas. 
 
 
Cattleya amethystoglossa: Var. “Rubra” 
 
 
 Esta variedade apresenta flor de pétala, sépala e labelo 
bem escuros e pintas em tons profundos (Fotos 15 e 16). 
 
 Foto 15: “WF1” Foto 16: “Paixão” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Cattleya amethystoglossa: Var. “Flâmea” 
 
Possui flor de porte elegante, com pétalas apresentando 
manchas estriadas como chama, daí o seu nome (Fotos 17 e 18). 
 
 Foto 17: “Tiêta” Foto 18: "Linhares" 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
attleya amethystoglossa: Var. “Concolor” 
 
 De flor cor rósea em todo seu corpo, com pétalas, sépalas 
e labelo em mesmo tom de cor (Fotos 19 e 20). 
 
 Foto 19: “Rosita” Foto 20: “Marc Pignal” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Cattleya amethystoglossa: Var. “Marginata” 
 
Flor com máculas margeando as pétalas em toda a sua 
extensão (Fotos 21, 22 e 23). 
 
 Foto 21 Foto 22: “Dona Rita” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 Foto 23: “Renato Barboza” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cattleya amethystoglossa: Var. “Salmonea” 
 
 
 Flor com pétalas, sépalas e labelo em cor salmão (Fotos 24 
e 25). 
 
Foto 24: “André Stumbo” Foto 25: ”Walney" 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
Cattleya amethystoglossa: Var “Lisa” 
 
 Flor com pétalas e sépalas rósea e sem pintas ou quase 
nenhuma (Fotos 26 e 27). 
 
 Foto 26: "Elton Leme" Foto 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Cattleya amethystoglossa: Var. “Amesiana” 
 
 Possui flor com pétalas e sépalas em cor clara por igual, 
com pintas lilás escuro e labelo lilás bem suave (Fotos 28 a 30). 
 
 
 Foto 28: “Dona Rita” Foto 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Foto 30: “Lenita” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
Cattleya amethystoglossa: Var. “Lilacina” 
 
 Possui flor com pétalas, sépalas e labelo na cor lilás e 
quase sem pintas (Fotos 31 e 32). 
 
 Foto 31: "Walney" Foto 32: " Junior" 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cattleya amethystoglossa: Var. “Semi-alba” 
 
 Flor com pétalas e sépalas em cor branca e labelo 
ametista (Foto 33). 
 Foto 33: “Edmundo Silva” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Cattleya amethystoglossa: Var. “Coerulea” 
 
 Flor com pétalas e sépalas brancas, pintadas do mesmo 
tom coeruleo (azul) do labelo, podendo apresentar variações de 
tons (Fotos 34 a 37). 
 
Foto 34: "Jussari" Foto 35: "Celeste" 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Foto 36: "Caliman" Foto 37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
Cattleya amethystoglossa: Var. “Albescens” 
 
 Flor com pétalas e sépalas brancas, com suaves máculas 
cinza ou rosada e labelo que vai do rosa claro a quase branco 
(Fotos 38 a 41). A aventura do descobrimento da “Albescens”, 
será relatada mais adiante. 
 
Foto 39: “Areia Branca” Foto 40 : “Saira” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Foto 41: “Bioverde” Foto 42: “Inaia” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
Cattleya amethystoglossa: Var. “Vinicolor” 
 
Maravilhosa flor de pétalas e sépalas em cor creme com 
tom róseo e labelo rosado (Fotos 42 e 43) 
 
 Foto 42 “Celebridade” Foto 43: “Brisa” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cattleya amethystoglossa: Var. “Alba” 
 
Flor com pétalas, sépalas e labelo branco pleno (Fotos 44 e 
45) 
 
Foto 44: “Alba do Edmundo” Foto 45: “Alba Lorena” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
Cattleya amethystoglossa: Var. “Áurea” 
 
 
Flor com pétalas e sépalas amarelo ouro e labelo ametista. 
Foram duas plantas ”áureas” encontradas na natureza até os 
dias atuais. Infelizmente, uma morreu e não deixou 
descendentes. A “Áurea Roberson” é a planta responsável por 
todas as “áureas” hoje conhecidas, seja por descendência direta 
ou por cruzamentos (Fotos 46 e 47). 
 
Foto 46: "áurea Roberson" e Foto 47: "áurea Roberson" 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O relato a seguir sobre sua saga, como foi salva e, mais uma 
vez, como por encanto, foi novamente salva. 
 
 
As lágrimas do Coronel 
 
 
A “história” da Cattleya amethystoglossa “Áurea” é bem 
distinta. O seu descobrimento foi resultado da preocupação de 
 
 
 
 
22 
 
um ambientalista e coronel, apaixonado pela flora da mata 
atlântica, que se aventurou em uma região onde havia um 
desmatamento ilegal e sozinho, mas confiante no seu carisma, 
propôs-se a recuperar o máximo das orquídeas e bromélias que 
abraçam as árvores das úmidas matas. 
 
O coronel, em uma de suas viagens em sua velha camionete, 
deparou-se com o olhar curioso de mateiros nada hospitaleiros, 
na entrada de uma fazenda onde se realizava um desmatamento 
ilegal. Foi necessária uma boa conversa e uma rodada de bebida 
para “animar a alma” e conquistar a confiança. Uma vez 
esclarecido o interesse do visitante, foi levado ao local da 
derrubada. 
 
 
Massaranduba, Pau-Brasil, Inhaiba, Jacarandá, Ipê Roxo, Ipê 
Amarelo, etc., muitas árvores lindas, grandes e caídas, cortadas, 
derrubadas, era só tristeza, sentimentode angústia. Não faziam 
mal a ninguém. Só encantavam a alma e faziam brilhar os olhos 
de um naturalista, agora ali, destruídas para dar lugar a pasto 
para o gado e virarem aquelas belas toras de madeira em mesas 
e artigos de decoração. 
 
 
Refeito do choque, o coronel viu que estavam limpas de 
epífitas, quase não se viam orquídeas, bromélias, monsteras, 
anthuriun, philodendron. Contaram-lhe que haviam sido levadas 
por comerciantes de plantas. Após insistir, o levara a ter com os 
que haviam feito a coleta, estavam em local próximo. 
 
 
23 
 
Ao sair da fazenda vislumbrou um Ipê amarelo bem alto e 
cheio de flores. Um dourado sobrevivente. Mal sabia eu que era 
um prenúncio de algo que iria acontecer após tanta destruição 
feita pelo bicho homem. 
 
 
Ao chegar ao encontro dos comerciantes de plantas (os 
mateiros, assim chamados), viu uma quantidade enorme de 
orquídeas. Mas, o que chamava a atenção maior, era o um 
monte de Cattleyas amethystoglossa empilhadas. 
 
 
Depois de uma boa conversa e conquistar a confiança, não o 
deixaram levar as orquídeas, mesmo sabendo que as levaria para 
replantio em local onde ficariam protegidas (área de proteção 
particular). Mas, nada. O máximo foi deixarem levar uma 
quantidade de várias dezenas de orquídeas que estavam bem 
estragadas, machucadas pela queda no momento da derrubada 
das árvores onde se hospedavam. 
 
 
O coronel acomodo-as na carroceria do carro e partiu, viajou 
100 km até a mata onde está localizada uma fazenda de amigos, 
os quais o recebeu com carinho e preocupação com a natureza. 
Dia seguinte, após noite de sono merecido, dispõe-se com 
amigos a replantar as orquídeas sobreviventes na mata. 
 
 
Lembrou-se da imagem do Ipê amarelo quando falou para o 
cuidador da área de preservação: cuide bem e avise-me se as 
24 
 
caneludas (Cattleyas amethyistoglossaas) derem alguma flor 
amarela. 
 
 
É importante salientar que logo ao chegar à cidade mais 
próxima, comunicou às autoridades ambientais sobre o crime, e, 
em menos de 24 horas, houve ação da polícia ambiental, muitos 
envolvidos foram presos. Infelizmente as orquídeas já tinham 
sido levadas pelos contrabandistas. No entanto, o coronel 
cumpriu com sua obrigação como cidadão. 
 
 
Dois anos após o acontecido foi a reserva do amigo ver as 
plantas salvas. Era final de julho, chuva fina e fria. Bem inverno. 
Muitas das plantas sobreviveram, cresceram, várias deram flor e 
foram devidamente fotografadas e identificadas. Adentrou até o 
interior onde em árvores altas, para receber melhor luz, colocou 
as Cattleyas amethystoglossa e foi surpreendido pela mais linda 
visão. Lá estava com belo cacho de flores amarelas, uma bela 
Cattleya amethyistoglossa. Oito belas flores douradas da cor de 
“gema de ovo”, “Áurea”, este é seu nome. Foi o maior 
acontecimento do mundo orquidófilo. 
 
 
Hoje toda Cattleya amethyistoglossa “Áurea” que se 
encontra nas coleções particulares e em orquidários comerciais 
são o resultado do cruzamento desta planta única. O seu nome, 
Cattleya amethystoglossa “Áurea Roberson Maia”, é uma alusão 
a este orquidófilo, ambientalista e coronel (Foto 48). 
 
 
25 
 
 Foto 48: Rosto do Coronel com planta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faz-se necessário informar que esta orquídea foi dividida em 
três partes. Uma parte para o Roberson, outra parte para um 
amigo do mesmo e, a rabeira, o final da planta, com o Walney 
(Le pape). 
 
 
Anos mais tarde, devido à forte estiagem na Bahia e no 
Espiro Santo, no orquidário do Roberson, a água salinizou. Foi 
um castigo, de súbito, seca terrível, os rios foram secando e o 
mar levou o sal para o interior. Quando se deram conta, as 
plantas estavam sendo irrigadas com água pesada, salina o 
suficiente para matar. E a “Áurea” morreu. A tristeza ficou. 
 
 
Após saber do sofrimento do amigo, o Walney mandou que 
o trouxessem ao seu encontro. Ao chegar, o coronel Roberson 
relatou o sofrimento e tristeza da perda de valiosa orquídea e 
que o outro amigo, que recebeu uma das partes da “Áurea”, 
havia vendido a parte dele. Portanto, não seria mais possível a 
“Áurea” voltar ao seu descobridor. 
 
 
 
26 
 
Walney levou o amigo ao seu orquidário, mostrou e disse: 
Coronel, lembra que você me presentou com um pedacinho da 
planta, a rabeira? Aqui está ela, hoje grande e florida, o amigo 
tem sua orquídea sim! Não fique mais triste. Deus a criou para 
você. O coronel Roberson, no alto de seus quase dois metros, 
chorou como uma criança. 
 
 
 
Aventuras de descobrimento da Cattleya amethystoglossa 
“Albescens”: Areia Branca 
 
 
Em mata fechada do sul da Bahia, aventurando pelo seu 
interior, devidamente vestido como tradicional mateiro, em 
companhia do amigo Índio e, mesmo sofrendo com forte chuva, 
lama e a presença de cobras, não desistimos de irmos adiante, 
mata adentro à procura de orquídeas diferentes. 
 
 
Mas a natureza é sempre forte, e as nossas forças são 
desiguais, pois, depois de dois dias molhados e sofrendo com 
mosquitos, tivemos que recuar. Mas coletamos alguns 
exemplares dos gêneros: Encyclia; Epidendrum e Oncidium; e as 
espécies: Cattleya warneri e Cattleya amethystoglossa. Parecia 
que nada ali sairia de bom. As dificuldades com a chuva nos 
cansaram. Recuamos para uma nova viagem em tempo melhor. 
 
 
As plantas foram deixadas na casa do Índio, postas em pês 
de cacaus, para que se desenvolvessem e dessem flor. As 
27 
 
cattleyas amethystoglossa eram as mais sofridas, pois as 
colhemos de galhos caídos de altas árvores balançadas pela 
forte chuva. 
 
O amigo índio mora em um sítio em plena mata atlântica 
com muitas árvores frutíferas e uma bela plantação de cacau 
orgânico. Um belo riacho de águas cristalinas atravessa a 
propriedade, tornando o ambiente ainda mais agradável. Em 
todas as árvores estavam presentes muitas orquídeas, um 
paraíso para orquidophilos. 
 
As orquídeas coletadas na mata brotaram e floriram em seu 
novo ambiente, e as Cattleya Amethystoglossa, em final de 
ensolarado setembro, deram belas florações. O Índio ligou e 
avisou que algo diferente abriu, branco com centro levemente 
rosado e suaves pintas. Uma linda cattleya amethystoglossa da 
variedade Albescens, com boa forma e elegância sem igual. 
Depois da sofrida e cansativa aventura, nada melhor que a visão 
de tão belo presente da natureza. O nome Cattleya 
amethystoglossa, variedades “Areia Branca”, foi justa 
homenagem a região onde foi encontrada (Fotos 49). 
 
 Fotos 49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
Agradecimentos: 
 
 
Aos amigos Roberson Maia e Renato Barboza da Silva, pelos 
relatos e parceria; 
 
 
Ao Toscano de Brito, A.L.V., pelo trabalho de consultoria; 
 
 
Ao amigo Reinaldo de Jesus pelos conselhos técnicos; 
 
 
Agradecimento especial à Dra. Bárbara Dantas Fontes-
Soares UESB, pela revisão do trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
Referência Bibliográfica: 
 
 
CATTLEYA AMETHYSTOGLOSSA. In: WIKIPÉDIA, a 
enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2020. 
Disponível em: 
<https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Cattleya_amethysto
glossa&oldid=55152468>. Acesso em: 09 jul. 2020. 
 
 
TOSCANO DE BRITO, A.L.V & CRIBB, P. 2005. Orquídeas da 
Chapada Diamantina. Nova Fronteira, Rio de Janeiro. 399p.

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