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Sophronitis coccinea var. borboleta

A sophronitis coccinea tinha uma variedade classificada em 1909 com o nome errado de ‘barboleta’, no lugar de borboleta, planta que foi encontrada na Serra do Mar, próxima a cidade de Piedade e que era vermelha, com pétalas flameadas de amarelo.
Sophronitis coccinea var. borboleta
Fonte: Cattleya Percivaliana

Seu proprietário e descobridor era dos que não dava, não vendiam e nem trocavam plantas. Assim, nenhum corte da mencionada variedade pode cair nas mãos de outro orquidófilo, que poderia tê-la cultivado melhor. Mas o pior aconteceu, como sempre. Depois de pouco tempo a planta morreu e perdeu-se a variedade. Nem fotografias boas da planta apareceram, pois naquela época nem havia fotografias em cores.
Em 1971, no mês de setembro, como fazia quase todo final de semana, convidei o finado casal Ernesto e Regina Angener para fazerem uma excursão na serra do Mar, entre Caraguatatuba e Ubatuba.
Aprontamos as tralhas e seguimos via Mogi das Cruzes, pela Via Dutra. Passamos por Cocuera, Salesópolis e entramos na nova estrada que se dirigia ao litoral norte paulista, a estrada da Petrobras.
No espigão da serra deixamos nosso carro na casa de um caboclo conhecido e começamos a andar por uma longa trilha ali existente. Não demorou para, ao longe, avistarmos o mar e suas lindas praias.
Na mata, bastante florida, num belo e ensolarado dia, vimos outras orquídeas, como a Encyclia odoratissima, muitos Pleurothais e Stellis, Zygopetalum crinitum e muitas Sophronitis coccinea em flor.
Depois de andarmos mais de oito quilômetros em matas de arvores baixas, de até 10 metros de altura, ladeando a trilha, paramos para o lanche e um pequeno descanso.
Reiniciemos a caminhada indo eu alguns metros á frente dos meus companheiros. Deparei com uma espetacular planta na beira da trilha. Uma pequena touceira com cerca de 40 bulbos e com três flores abertas.
As flores eram de cor de pêssego, com pétalas flameadas de amarelo puro. Havia naquele momento redescoberto a até então desconhecida variedade Borboleta da Sophronitis coccinea.
Coletei a planta, Ernesto não quis ficar com uma parte dela. Ofereci um corte a dois amigos de Cotia (Armando Pinho Caetano e H. Iwasita- este com fama de ser o papa das Sophonitis)
Após dez anos, perdi a minha planta, que estava sendo cultivada em São Paulo, em minha residencia, em local apertado e com pouca luminosidade. Faltou cuidado pois ainda trabalhava e tinha pouco cuidado com minhas plantas.
Visitei o Iwasita contando que havia perdido a planta e recebi na hora uma planta em flor da mencionada variedade. A variedade é linda e já tentei fazer semeadura e meristema mas com pouco bons resultados.
Aproveito para lembrar aos amigo que sempre cedam a seus amigos cortes de suas plantas únicas para não terem o dissabor de perde-las.

Texto da revista Mundo das Orquídeas .Waldyr Fochi Endsfeldz (Pirassununga, 7 de junho de 1925 - Vinhedo, 15 de outubro de 2005) foi um orquidófilo brasileiro.
Endsfeldz foi editor da revista mensal "O Mundo das Orquídeas", da "Editora On Line", de circulação nacional e um dos fundadores da "CAO-VIVA", Clube dos Amigos da Orquídea de Vinhedo-Valinhos. Durante oito anos manteve uma coluna sobre orquídeas no jornal Folha de S.Paulo e colaborou com Guido Pabst na edição de seu livro Orchidaceae Brasiliensis.
Foi um grande entusiasta das orquídeas, andava sempre em busca de novas espécies. Foi descobridor de seis novas espécies ou variedades brasileiras, até então desconhecidas, das quais uma leva seu nome, a Hoffmannseggella endsfeldzii. Cultivou orquídeas por mais de 50 anos e possuía uma coleção de mais de duas mil orquídeas em seu sítio.

Fonte do artigo:
https://www.facebook.com/cattleya.percivaliana?fref=gs&hc_ref=ARSO2RXen67Uf9ldjW-Eq07SgsBcQ5fxNHh1zZoesckha01c3QUWCVuZZerUc4o1l4M&dti=535733459796092&hc_location=group

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