Alguns dias atrás um colega me mostrou uma planta do gênero Sophronitis, sem flor, e queria saber qual era a espécie em questão. Pergunta bem complicada de responder. As plantas deste gênero apresentam características morfologicamente bem similares.
Por coincidência tenho duas plantas deste gênero floridas, e aproveitei para fotografa-las juntas. A da esquerda é uma Sophronitis cernua, e a segunda uma Sophronitis brevipedunculata. Observem como as flores são diferentes e como as folhas e bulbos são parecidos.
Plantas da minha coleção
Foto: Juan Pablo Heller
Anteriormente neste blog falei da Sophronitis cernua. Então aproveito esta ocasião para abordar a Sophronitis brevipedunculata, uma das mais belas plantas do cerrado brasileiro.
Sophronitis é um pequeno gênero da família Orchidaceae, descrito em 1828 pelo botânico inglês John Lindley (1799 – 1865), e composto por 10 plantas desmembradas do gênero Cattleya.
Em termos etimológicos, o nome deste gênero deriva do grego, sophron, que significa “pequeno”, “modesto”, em referência ao tamanho desta planta comparado com as demais Cattleyas.
Possuem como principais características distintivas o porte pequeno, os pseudobulbos agrupados e a coluna com 8 políneas. O colorido de suas flores é predominantemente vermelho e suas variedades podem possuir tonalidade rosa, amarela, e raramente branca (alba).
São plantas de crescimento simpodial e hábito epífita, ocasionalmente rupícolas, e originárias das regiões nordeste, sul e sudeste do Brasil, norte da Argentina e leste do Paraguai.
A Orquídea do dia é a Sophronitis Brevipenduculata. Maravilhosa planta que tem lugar de destaque em minha coleção. Aliás, sou fascinado por todas as orquídeas deste pequeno e magnífico gênero.
Esta espécie foi descrita em 1972 pelo botânico e zoólogo americano Jack Archie Fowlie (1929 – 1993). Fowlie foi um renomado orquidólogo, e durante muitos anos foi editor da revista especializada Orchid Digest.
Capa de revista Orchid Digest
Imagem retirada da internet - Site: http://www.orchiddigest.com/orchid-digest-77-4-cover.html
O nome desta espécie, brevipedunculata, deriva do latim: brevi, que significa “curto”, e pedunculatus, que significa “pedúnculo”, em uma óbvia referência ao tamanho desta parte da planta. (Em botânica, pedúnculo é a região que antecede a flor ou o fruto).
Sinonímia: Cattleya brevipedunculata; Hadrolaelia brevipedunculata; Sophronitis rosea var. brevipedunculata e Sophronitis wittigiana var. brevipedunculata.
É uma planta originária do sudeste brasileiro, com predominância absoluta no estado de Minas Gerais. Normalmente é encontrada vegetando de forma rupícola, fixada em rochas cobertas de musgos e liquens, ou de forma epífita, principalmente fixada em arvores da família Velloziaceae, ou ainda em cactos, em matas abertas localizadas entre 1.300 e 2.000 metros de altitude.
Velloziaceae é uma família botânica composta por aproximadamente 250 espécies distribuídas em 10 gêneros. O hospedeiro preferido pela Sophronitis brevipedunculata é a Vellozia gigantea, popularmente conhecida pelo nome de “canela de ema”, muito comum nos campos rupestres da Serra do Cipó, na Cadeia do Espinhaço, em Minas Gerais.
Vellozia gigantea
Foto retirada da internet - Site: https://brasilienexkursion.wordpress.com/2012/03/06/
A Sophronitis brevipedunculata é uma planta de pequeno porte e forma de crescimento simpodial. Possui rizoma compacto e rastejante com pequenos pseudobulbos globulosos, levemente alongados e monofoliados. As folhas são grossas, carnudas e côncavas.
A inflorescência surge do ápice do pseudobulbo. Uma haste floral muito curta suportando uma única flor com tamanho que varia de 4,0 a 7,0cm de diâmetro.
Em termos de formas é uma das flores mais perfeitas da família Orchidaceae. Pétalas mais largas que as sépalas e pequeno labelo, formando um conjunto harmônico. A flor “tipo” é de cor rosa escuro ou vermelha… maravilhosa. Não tem perfume. A beleza das formas e as cores são mais que suficientes para atrair polinizadores. Um verdadeiro show.
Planta fácil de cultivar. Seguem algumas dicas:
- A melhor forma de cultivar esta planta é fixada em árvores, ou então em rugosas cascas, troncos ou galhos, e com muitas raízes expostas.
- Se sua opção for cultivar esta planta em vaso ou caixeta, então utilize um substrato confeccionado com partes iguais de casca de pinus, carvão vegetal e pedra brita miúda.
- Sugiro cultivo com sombreamento em torno de 50%.
- Suporta temperaturas entre 10 e 35 graus. Sugiro protegê-la do frio nos dias mais rigorosos do inverno.
- Precisa de muita umidade, boa drenagem da água, e boa ventilação.
- Sugiro ainda reduzir o volume das regas após a floração, durante o inverno.
Floresce entre os meses de abril e junho e, com certa frequência floresce mais de uma vez por ano. Cada floração dura em média 3 semanas.
Seguem algumas imagens ilustrativas:
Planta de minha coleção
Foto: Juan Pablo Heller
Foto retirada da internet - Site: http://www.orchid-nord.com/s_page/Sophronitis_brevipedunculata/soph_brev.htm
Foto retirada da internet - Site: http://www.orchid-nord.com/s_page/Sophronitis_brevipedunculata/soph_brev.htm
Foto retirada da internet - Site: http://bluenanta.com/natural/374582/species_detail/
Foto retirada da internet - Site: http://www.orquideashop.com.br/sophronitis/sophronitis-brevipedunculata/
Foto retirada da internet - Site: www.flickr.com/photos/kelen/4705039602
Foto retirada da internet - Site: br.pinterest.com/pin/228065168609277215/
Foto retirada da internet - Site: http://orchidee.su/Orchids-on-the-blocks?product_id=233
Foto retirada da internet - Site: http://picssr.com/photos/37617445@N07/favorites/page66
IMAGENS: fonte pesquisa GOOGLE
Este blog é dedicado a pessoas que, como eu, amam e cultivam orquídeas. Meu objetivo com este trabalho é conhecer pessoas, divulgar e trocar informações sobre estas plantas.
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IMAGES: GOOGLE search
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Que lindas lembram o beijinho.bela aula
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Valeu Suely. Obrigado
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Adoro suas publicações. Obrigada.
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Mil obrigados Irme. Um simples comentário com um enorme poder de incentivo para o meu trabalho. Adorei !!! Participe mais vezes. Um grande abraço.
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Moro na cidade de Ouro Branco – MG e o espelho sul da serra do espinhaço é aqui . A nossa serra é esplêndida onde a canela de ema está presente em abundância , graças à preservação . Certa época em um passeio ecológico eu mais algumas pessoas nos deparamos a sophronits sem saber que orquídea era aquela . Mal sabíamos que estávamos diante uma raridade .
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Planta espetacular. Lugar maravilhoso para as orquídeas. Agradeço pela participação. Um grande abraço.
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Acabo de adquirir uma para a minha coleção. Agora é espera florir para apreciá-la. Parabens pela materia
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Muito obrigado Ailton.
Um grande abraço.
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