Miltonia regnellii

Nome científico: Miltonia regnellii
Nomes populares: Miltonia, Flor da Páscoa, Dr. Regnell’s Miltonia (literatura inglesa)
Família: Orchidaceae
Clima: Temperado, principalmente de altitude.
Origem: Estados do sul do Brasil.
Altura da planta: Até 40 cm.
Ciclo de vida: Perene
Descrição: Epífita que forma grandes touceiras, folhas de até 20 cm de comprimento com 1 cm de largura. Possui inflorescência com hastes de 30 cm que abrem 7- 8 flores cada. A cor é branco e púrpura no centro, existindo algumas variedades amarelas com púrpura ou rosa. Cada flor tem 5 cm de diâmetro. O florescimento ocorre no verão.
Luminosidade: Sombreamento de 40% a 50%.
Local de cultivo: É de fácil cultivo, tanto fixada em árvores e pequenos troncos como em vasos.
Substrato: Diretamente nos troncos ou em vasos com brita e cascas. Pode-se colocar, inclusive, um pequeno tronco dentro do vaso (conforme foto).
Água: O substrato tem de ser bem drenado. Gostam de um período quase seco entre as regas. Umidade constante apodrece as raízes.
Temperatura: De 23°C a 30°C de dia e 15°C a 18°C à noite.
Adubação: Organomineral (1 colher a cada 2 meses) e NPK a cada 15-20 dias com quantidades menores no inverno.
Propagação: Divisão de touceiras, mantendo 4-5 pseudobulbos para cada muda.
Pragas, doenças e outros problemas: Cochonilhas e pulgões, além de formigas cortadeiras. Ferrugens e antracnose são doenças fúngicas as quais as Miltônias estão sujeitas.
Outras considerações:
– O nome regnelli é uma homenagem ao botânico sueco Anders Regnell que no século 19 estudou a flora brasileira.
Referências:
– Miltonia regnellii – Orquídeas do Rio Grande do Sul – Luiz Filipe Varella e Jacques Klein
– Miltonia – American Orchid Society by Dennis Dayan

Phalaenopsis – A orquídea borboleta

DSC05837Nome científico: Phalaenopsis spp 
As plantas encontradas no mercado são todas híbridas, mas em estado natural existem inúmeras espécies, possivelmente mais de 60. Como exemplo pode-se citar: P. amabilis, aphrodite, braceana, celebensis, chibae, cochlearis, corningiana, cornu-cervi, deliciosa, doweryensis, equestris, fasciata, fimbriata, floresensis, fuscata, gibbosa, gigantea, hainanensis, hieroglyphica, honghenensis, inscriptiosinensis, javanica, kunstleri, lindenii, lobbii, lowii, lueddemanniana, maculata, mannii, mariae, micholitzii, minus, modesta, pallens, pantherina, parishii, philippinensis, pulchra, reichenbachiana, sanderiana, schilleriana, speciosa, stobartiana, stuartiana, sumatrana, tetraspis, venosa, violacea, viridis, wilsonii .
Nomes populares: Phalaenopsis, orquídea borboleta
Família: Orchidaceae
Clima: Esta orquídea adapta-se a praticamente todos os tipos de clima. No entanto, preferem os mais quentes. Em seu habitat nativo crescem em florestas úmidas e com temperaturas de amenas para quentes, florescendo praticamente todo o ano.
Origem: Possui uma ampla distribuição pelo sudeste da Ásia, desde o sul de Índia, Sri Lanka, China, Taiwan, Indonésia, Tailândia, Malásia, Myanmar, Filipinas até a Austrália e Nova Guiné.
Altura da planta: As hastes florais podem atingir 80 cm, sendo que nas mini Phalaenopsis chegam a 30 cm.
Luminosidade: Não toleram altos níveis de luz, preferindo boa luminosidade mas não incidência direta dos raios solares. O sol direto queima as folhas, deixando-as amareladas, com manchas marrons ou brancas. Em interiores o melhor local é na proximidade de uma janela.
Phaleanopsis 4
Ciclo de vida: Perene. Bem cuidadas duram anos.
Descrição: A Phaleanopsis é uma orquídea epífita, de crescimento monopodial, habitando as florestas úmidas e quentes, protegidas da luz direta do sol pelas copas das árvores. As folhas novas vão surgindo de seu centro enquanto as velhas, na parte traseira, ficam amareladas com o tempo e caem. As folhas são grossas e suculentas mas por serem de regiões úmidas não são capazes de armazenar água por muito tempo. A coloração é verde escura, com comprimentos que chegam até 40 cm e 10 cm de largura. Formam pares opostos e, geralmente, em número de 4-5. Da base do talo principal nascem vigorosas raízes que tanto fixam-se nos troncos com também ficam aéreas.
No Brasil florescem de 1 a 3 vezes ao ano, dependendo da região e da forma como são cultivadas. A haste floral surge da base das folhas, medindo em geral 60 cm, mas podendo atingir até 1 m. Nas mini não passam de 25-30 cm. As flores são arredondadas com as pétalas superiores bem desenvolvidas e o labelo menor. As cores são muito variadas devido aos cruzamentos. Seu tamanho médio é de 6-8 cm. Chegam a durar 3 meses ou mais.

Phalaenopsis 2

Local de cultivo: São das poucas orquídeas que podem ser cultivadas em interiores, bastando ter as condições mínimas de desenvolvimento. Em áreas externas podem ficar sob telas (sombrites) ou fixadas em árvores. Preferem vasos plásticos transparentes pela fotossíntese realizada pelas raízes. Mas também podem ser cultivadas em vasos de outra cor ou de cerâmica. Outra possibilidade é fixá-las em pequenos troncos.
DSC05842
Substrato: Podem ser utilizados vários tipos de substratos como cascas, fibras, brita, argila expandidas, esfagno, carvão, etc, sempre visando boa drenagem e aeração. Cada orquidófilo deve adequar-se em função do seu local de cultivo e das exigências de cada orquídea. Assim, por exemplo, o uso exclusivo de esfagno ou fibras de coco, como muitas Phalaenopsis são comercializadas, exigem uma irrigação mais moderada pois estes substratos retem muita água. Molhar com muita frequência nestes casos resulta em apodrecimento das raízes e surgimento de doenças. Uma mistura de cascas de Pinus, carvão e brita (ou argila expandida) é um bom substrato. 
Ver postagem : Substratos em orquídeas
Água: São plantas que requerem irrigação regular. Em geral, dependendo do substrato, pode-se indicar a colocação de água 1 vez por semana. Mas no verão, em dias muito quentes, pode ser a cada 3-4 dias e no inverno chegar a intervalos de 10- 14 dias. É importante que haja um período seco entre as regas. Colocar o dedo no substrato é uma forma boa de avaliar a umidade do vaso.
Vasos de argila pedem mais irrigação pois este material “chupa” a água colocada. O horário da manhã é preferível do que à tarde. Outra recomendação que faço é a de não deixar água acumulada no centro das folhas, o que favorece a “Podridão mole”.

DSC05835

Temperatura: A faixa preferida da Phalaenopsis está entre 15º C e 30° C.
Adubação: Sugiro a leitura das seguintes postagens em Iracema fontes e orquídeas: Nutrição em orquídeas / Deficiências nutricionais em orquídeas / Adubação em orquídeas / Adubação de orquídeas com pó de basalto. Penso que nestes textos apresentei os principais tópicos referentes à adubação. Sempre recomendo que cada um descubra o método adequado para seu espaço e suas plantas. Utilizo NPK nas dosagens e frequência indicadas nos textos citados e também adubos organominerais. Considero muito corretas as colocações de Darly Machado de Campos em seu livro Manual prático de nutrição.
Muitas pessoas tem restrições a adubos químicos e, neste sentido, podem utilizar aquele adubo organomineral sugerido pelo Eng. Agr. Giorgini Venturieri com 4 partes de torta de mamona, 2 partes de farinha de ossos, 1 parte de cinzas. Também o pó de basalto é excelente. Nas experiências que estou fazendo com Phaleanopsis fixadas em troncos, utilizo pulverizações com NPK e, em algumas estou tentando apenas o uso de chorume na proporção com água de 1:15. Estas orquídeas estão em orquidário, com telado de 50 a 70% de sombreamento, expostas à chuva. Em períodos mais secos pulverizo água nas raízes com frequência, similar ao trato com Vandas.
É preciso ser bem cauteloso nesta questão de adubação. No espaço natural, as orquídeas não recebem doses maciças de nutrientes. Assim adubações frequentes demais ou além das doses recomendadas, geram uma salinização no substrato que será prejudicial à planta. Portanto, mesmo que muitas instruções de adubos químicos indiquem pulverizações semanais ou quinzenais, 1 vez por mês já pode ser suficiente. Ou também pode-se adotar pulverizações mais frequentes com proporções de adubo bem abaixo do recomendado.
DSC04795
Propagação: Não apresenta a formação de mudas laterais. Assim a multiplicação por divisão, como nas espécies simpodiais, não é possível. Às vezes, keikis se formam nos nódulos das hastes florais. Estas pequenas mudas podem ser destacadas quando suas raízes atingirem por volta de 8-10 cm e colocadas em outro vaso. Comercialmente, a propagação é por sementes ou meristemas (gemas).
Pragas, doenças e outros problemas: Das doenças causadas por bactérias destacam-se a podridão mole (Erwinia carotovora) e a mancha marrom (Acidovorax cattleya). É basicamente preventivo o controle destas doenças mas uma vez instaladas deve-se cortar as partes atingidas aplicando Aloé e canela no local. Tratamentos com Tetraciclina ou Sulfato de cobre sobre o restante da planta são indicados por alguns orquidófilos. Mais detalhes sobre estes patógenos encontram-se na postagem Doenças causadas por bactérias em orquídeas.
Das doenças fúngicas, as mais comuns são o mofo cinzento (Botrytis cinerea), antracnose (Colletotrichum), fusariose (Fusarium), podridão negra (Phytophthora e Pythium), podridão das raízes (Rhizoctonia), murcha do Sclerotium (Sclerotium rolfsii), entre outras. Ver descrição dos sintomas em Doenças fúngicas em orquídeas.

Mancha marrom

Mancha marrom

Antracnose 1

Antracnose

Podridão mole

Podridão mole

Das pragas, a cochonilha farinhenta (Dysmicoccus brevipes) é uma das mais importantes. As fêmeas são ápteras estabelecendo-se nas folhas e fendas, cobertas por cerosidades similares a uma farinha e sugam a seiva da planta. Os ovos são colocados sob estas proteções cerosas (de 50 a 100 por indivíduo). Já os machos são alados, vivendo apenas o tempo para fertilizar as fêmeas. Também cochonilhas de carapaças atacam as Phaleanopsis. Estas pragas são difíceis de combater com inseticidas principalmente as de carapaça. Mais adequado é o uso de soluções com óleo mineral pois impermeabilizam as coberturas ceráceas, matando a cochonilha por asfixia. Caldas de fumo, com aplicações intercaladas com a indicação mineral, também contribuem para eliminar este inseto. Em pequenos orquidários o melhor é estar sempre atento e eliminar estas pragas manualmente, esmagando-as com um cotonete úmido. No comércio existem inseticidas específicos para tal fim (mas é preciso ser cauteloso pela toxidade dos produtos). As joaninhas e algumas vespinhas são predadores naturais.

Cochonilha

Cochonilha

Ácaros se beneficiam de tempo quente e seco. Os sintomas deixam as folhas
esbranquiçadas ou prateadas. Portanto, o aumento da umidade ambiental ajuda a controlar esta praga.
Também não se pode deixar de citar os ataques de lesmas e caracóis. Ler o artigo deste blog Caracóis em orquídeas.
A Phalaenopsis também sofre com o frio e a exposição ao sol. No caso do frio, surgem lesões e descoloração, ficando a planta suscetível ao ataque de patógenos. Já os sintomas da exposição direta ao sol mostram manchas secas, esbranquiçadas com um anel escuro ao redor. A planta deve ser mudada de local e não é necessário fazer nada pois o dano não se alastrará.
Outras considerações:
Phalaenopsis é uma palavra de origem grega, formada por “phal” (mariposa ou borboleta) e “opsis” (aparência). A planta em floração lembra borboletas em voo.
– Estas orquídeas sentem ar condicionado, podendo desidratar e morrer.
– A ausência de floração pode ser por falta de luz.
– Botões murchos ou queda dos botões florais pode ser indício de umidade insuficiente no ambiente. Ou o efeito de temperaturas noturnas muito baixas.
– Ocasionalmente, quando o substrato estiver deteriorado ou o pote ficar pequeno para a orquídea, faz-se um transplante para um recipiente mais adequado.
Referências:
– Phalaenopsis, the Genus – American orchid society
– Habitat, distribuition and ecology of Phalaenopsis species – ranwild.org
– Phalaenopsis (moth orchids) – Royal horticultural society
– How We Grow Phalaenopsis – Robert Fuchs
– Jardineiro.net – Raquel Patro
– Manual prático de nutrição – Darly Machado de Campos
– Complete Guide to Orchids – Miracle-gro – USA
Dysmicoccus brevipes – Defesavegetal.net
– Doenças de orquídeas – João Araújo
DSC01831

Coelogyne flaccida

DSC04887Nome científico: Coelogyne flaccida (sin.: Coelogyne esquirolii)
Nomes populares: Celogine
Família: Orchidaceae
Clima: Temperado e frio
Origem: É uma espécie dos Himalaias (Nepal, Índia, Butão, China) mas também encontrada no Laos, Indonésia, e Birmânia.
Altura da planta: 40 cm
Luminosidade: 50% de sombreamento
Ciclo de Vida: Perene
Descrição: Epífita com pseudobulbos oblongos de 10 cm, folhas lanceoladas de 30 cm, coriáceas e verde escuras, hastes florais pendentes de 20 cm com inúmeras flores de 3 cm de cor amarelo com estrias carmim, ou creme e rosado. Floresce no fim do inverno e primavera. Possui aroma intenso, nem sempre apreciado.
Local de cultivo: Em vasos de qualquer material.
Substrato: Bem drenados e que retenham umidade.
Água: Regas até 2 vezes por semana.
Temperatura: Amena a fria.
Adubação: Ver postagem “Adubação em orquídeas”.
Propagação: Por divisão quando o vaso ficar muito pequeno. Gostam de formar densas touceiras.
Pragas, doenças e outros problemas: Mantendo o cuidado com a higiene, cultivando em local adequado à espécie, dificilmente temos problemas com esta orquídea. Pulgões e cochonilhas são as pragas que podem aparecer.
Outras considerações:
– Nas regiões de origem são encontradas em altitudes de 2000 m.
Referências:
– American orchid society
– OrchidPlantCare.info
– Orquídeas – Valério Romahn
– Complete guide to orchids – Miracle-gro
– O grande livro das orquídeas – Editora online
– The genus Coelogyne – David Banks – Orchid societies council of Victoria
DSC04899

Doenças causadas por bactérias em orquídeas

Algumas bactérias podem causar graves danos em vários gêneros de orquídeas. Geralmente geram manchas moles, escuras e com odor desagradável. A melhor maneira de não ter aborrecimentos com este tipo de patógeno é com um adequado controle profilático. É aconselhável evitar irrigações muito frequentes e deixar recipientes no local que possam acumular água pois propagam-se por este meio principalmente.
As bactérias se desenvolvem bem em condições cálidas e de umidade. Entram nas plantas através de cortes e podem se alastrar facilmente. Uma vez instalada a doença é preciso remover as partes atingidas, sempre com ferramentas esterilizadas. O local de corte precisa ser limpo com alguma substância protetora (utilizo a mucilagem da Aloe vera mais canela em pó). Não é fácil encontrar um eficiente antibactericida no mercado. Antibióticos e compostos de cobre podem ser eficientes mas também há riscos de danificar a orquídea. Em casos graves é preciso eliminar a planta. Ou tentar deixá-la em locar seco sem molhar por uns 15-20 dias.

Mancha aquosa ou mancha marrom

É causada pela bactéria Acidovorax cattleya (syn. Pseudomonas cattleyae) afetando principalmente Cattleya, Phalaenopsis, Cymbidium, Dendrobium, Odontoglossum e Paphiopedilum. Move-se por flagelos, disseminando-se principalmente através de insetos, água e mudas contaminadas. Os principais sintomas são o aparecimento de manchas nas folhas de formato circular, aquosas e de cor parda. Conforme vai desenvolvendo-se estas manchas ficam escuras e deprimidas. Ataca plantas de qualquer idade. No caso da Phalenoposis, quando a parte central (coroa) da planta é atingida, a morte é certa. Já nas Cattleyas, a bactéria restringe-se às folhas mais velhas, não sendo letal.
Pseudomonas

Podridão mole

O agente causador é a bactéria Erwinia carotovora (sin. Pectobacterium carotovorum) atingindo Cattleya, Cymbidium, Laelia, Miltonia, Oncidium, Phalaenopsis e Vanda. Movem-se por flagelos e possuem muitos hospedeiros. As condições ideais para sua manifestação são temperaturas entre 20 – 30°C e altíssima umidade do ar. Plantas débeis ou que receberam cortes são mais suscetíveis. Da mesma forma que a anterior, disseminam-se através de insetos e pela água. O local propicio para sua instalação na planta são partes sujeitas ao acúmulo de água (como o miolo das Phalaenopsis). A doença evolui formando uma região mole e de odor desagradável. A morte da planta é muito rápida. Um bom espaçamento entre os vasos dificulta a disseminação da bactéria. Como o agente tem a capacidade de destruir os pectatos de cálcio presentes nas folhas, uma adubação com um adicional de Ca pode ajudar. Depois de arrancada as partes afetadas, o restante da planta pode ser pulverizada com sulfato de cobre ou tetraciclina (como forma de proteger o que não foi atingido). Na hora de regar uma Phalenopsis é bom evitar molhar sua coroa ou parte central.
Erwinia

Outras considerações
– Na Universidade Federal da Paraíba pesquisas mostraram que óleo de citronela a 1% é mais eficaz contra Erwinia carotovora do que a Tetraciclina.
– Foi observado a presença da bactéria Pseudomonas cattleyae na superfície da água mas não se tem certeza de que consiga viver na terra, embora na literatura muitas vezes seja citada como uma bactéria da terra.

Referências
– Diagnóstico e controle de doenças e pragas em orquídeas – João S. de Paula Araújo
– Doenças das orquídeas – Roland Brooks Cooke
– Complete guide to orchids – Miracle-gro USA
– Curso UFSC: Cultivo de orquídeas – Eng. Agr. Giorgini Venturieri
– Óleo essencial de citronela no controle da bactéria fitopatogênica Erwinia carotovora – Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, Areia, PB
– Bacterial diseases – Orchids world

Dendrobium fimbriatum var. oculatum

Dendrobium fimbriatum

Nome científico: Dendrobium fimbriatum var. oculatum
Nomes populares:
Família: Orchidaceae
Clima: Tropical
Origem: Sudeste asiático
Altura da planta: 80 cm a 1 m
Luminosidade: Precisa de muita luz, inclusive sol direto. Pode ficar sob sombrite de 30 a 40% de sombreamento.
Ciclo de Vida: Perene
Descrição: Epífita de pseudobulbos longos (até 1 m), florescendo no início da primavera com ramos florais surgindo no último terço destes, com 5 – 12 flores amarelas. O interior do labelo é marrom e sua parte externa é franjeada. Possui aroma intenso similar ao cravo. As folhas tem formato lanceolado caindo acentuadamente no período da floração.
Local de cultivo: Vasos plásticos ou de cerâmica, cachepôs de ripas de madeira ou pendente presos a troncos ou árvores.
Substrato: Misturas de cascas de pinus, brita ou argila expandida, com um pouco de materiais que retenham umidade como fibra de coco.
Água: De 1 – 2 vezes por semana, reduzindo no inverno.
Temperatura: Prefere verões amenos com invernos frios e secos.
Adubação: Adubos organominerais a cada 2 meses e NPK 20-20-20 a cada 15 dias.
Propagação: Quando possível, divisão da planta mantendo 4-5 pseudobulbos ou através dos keikes que surgem nos pseudobulbos.
Pragas, doenças e outros problemas: Pouco comuns. Na primavera, durante a brotação, cuidar os pulgões. Em períodos muito úmidos eventualmente podem surgir podridões devido a fungos. Particularmente nunca tive problemas com esta espécie.
Outras considerações:
– O termo latim fimbriatum significa fímbria ou franja. Já oculatum é olho, referindo-se a mancha marrom escura no interior do labelo.
– Os pseudobulbos geralmente precisam ser tutorados.
Referências:
– Orquídeas – Valério Romahn
– O grande livro das orquídeas – Editora On-line
Dendrobium fimbriatum 2

Cattleya labiata

CL tipo2Nome científico: Cattleya labiata
Nomes populares: Labiata
Família: Orchidaceae
Clima: Tropical
Origem: Nordeste do Brasil
Altura da planta: 40 cm
Luminosidade: Precisa de bastante luz para se desenvolver, porém filtrada. Sombrite entre 50 e 70%. Folhas muito verde escuras pode ser sinal de falta de luz.
Ciclo de Vida: Perene
Descrição: Epífita simpodial com pseudobulbos de até 20 cm, cada um com folha única de formato oblongado. Inflorescências com 4-5 flores, de cor lilás, grandes e perfumadas. Foi descoberta em 1820 aproximadamente, gerando grande atração por suas cores e adocicado perfume. Floresce no final do verão e início do outono. A duração da flor é de 15-20 dias. Conhecida como a “Rainha do nordeste”, adapta-se também no sudeste. Planta de fácil cultivo.
Local de cultivo: Vasos plásticos, vasos de barro e cachepôs de madeira. Em orquidários precisam de luz filtrada (sombrite) podendo também ser penduradas ou presas em árvores.
Substrato: Cascas de pinus, carvão e brita são uma possibilidade. Pessoalmente, estou usando uma mistura de brita e argila expandida sendo a parte de cima do vaso coberta com pedriscos e cascas de pinus bem picadas. Isto para manter um pouco mais de umidade e impedir que o adubo organomineral se perca por entre as britas. Ver postagens sobre o tema. Boa drenagem, no entanto, é requisito obrigatório.
Água: Em um substrato bem drenado e em ambiente coberto, duas vezes por semana é suficiente. A não ser se o calor for excessivo quando até regas diárias são necessárias. Caso esteja sob a ação do tempo, deve-se observar o regime de chuvas e molhar sempre que ficar mais de 3 dias sem chover. No inverno a irrigação precisa ser reduzida. Quando a planta sai do repouso deve-se molhar mais. Já no período de pré-floração (quando surgem as hastes florais) é preciso evitar água em excesso.
Temperatura: Adapta-se bem em climas temperados e tropicais, com temperaturas entre 10º C e 34º C.
Adubação: Quinzenalmente com NPK e a cada 3 meses com organomineral. Ver postagem Adubação em orquídeas.
Propagação: Em larga escala por sementes, in vitro. Também por divisão de pseudobulbos, deixando 3-4 por vaso. A melhor época de fazer este processo é depois da floração e quando a planta está lançando os novos brotos e raízes.
Pragas, doenças e outros problemas: Cochonilha, pulgões, percevejo tentecoris, além de bactérias e doenças fúngicas que causam antracnose e podridões. Estes temas serão desenvolvidos separadamente. Já postado: Doenças fúngicas em orquídeas e Caracóis em orquídeas.
Sistemas de classificação :
a) Colorido da Flor
1. Alba : As pétalas e sépalas são brancas, alvas, com coloração amarela no interior do tubo.
Cattleya labiata alba
2. Alba plena : Tanto as pétalas, sépalas e o labelo apresentam-se brancos, só que no interior do labelo ocorre uma coloração verde limão suave.
3. Coerulea : As pétalas e sépalas são suavemente azuladas e o labelo tem o lóbulo central com azul mais forte.
CL cerulea1
4. Ametistina : Como a anterior mas com o labelo na cor ametista.
5. Concolor : Toda a flor tem uma cor única, podendo o labelo ser um pouco mais intenso. No interior no tubo a cor é amarela.
6. Amesiana : Pétalas e sépalas levemente rosadas sendo o labelo com tom mais intenso.
7. Amoena : Aplica-se a qualquer coloração muito suave, geralmente com pétalas e sépalas brancas.
8. Semi-alba : Pétalas e sépalas brancas e lóbulo frontal do labelo colorido.
9. Rubra : Pétalas e sépalas lilás escuras, praticamente rubras. O lóbulo central é de cor púrpura.
CL rubra
10. Flâmea : As pétalas e sépalas são lilás, sendo que nas pétalas a tonalidade é mais intensa. A fauce pode ser ou não esbranquiçada, com o interior do tubo amarelado.
11.Tipo : Sépalas e pétalas lilás, lóbulo frontal do labelo purpúreo, amarelo no interior do tubo.
CL tipo1
12. Pérola : Pétalas e sépalas brancas com suave tom róseo, lóbulo central purpúreo ou sanguíneo, interior do tubo amarelo.
CL pérola
13. Suave : Pétalas e sépalas brancas, com um rosa muito sutil, o lóbulo frontal é lilás-rosa claro, interior do tubo amarelo.
14. Vinicolor : De cor vinho tinto com lóbulo frontal mais intenso, com fauce amarelo ouro.
15. Pelórica : Anomalias florais, sendo a mais comum a transformação das sépalas inferiores em falsos labelos. Pode ocorrer em qualquer variedade.
b) Desenho do labelo
1. Anelato : Possui uma coloração em forma de anel na entrada do tubo.

2. Atro : Atro significa escuro. Designa a flor quando um colorido escuro se estende externamente ao tubo do labelo.
3. Estriato : Labelo mostra estrias que começam no meio do lóbulo central.
4. Íntegro : A coloração do labelo estende-se ao tubo.
5. Marginato : Ocorre uma margem ao longo da borda do labelo.
6. Oculato : Presença de duas manchas na entrada do tubo, parecendo dois olhos.
CL oculata
7. Orlato : Mancha escura do lóbulo frontal do labelo estende-se pela orla superior deste.
8. Punctato : O lóbulo central do labelo apresenta uma mancha pequena.
9. Venoso : Veias escuras sobre o colorido básico do labelo.
Outras considerações:
– A Cattleya labiata foi primeiramente descrita pelo botânico inglês John Lindley em 1821.
Referências:
– A Rainha do Nordeste – Cattleya labiata – Agefran Costa
– Complete guide to orchids – Miracle Gro
– Orquídeas – Valério Romahn
– O Grande livro das orquídeas – Editora On line
– Classificação da Cattleya labiata segundo João Paulo Fontes
CL tipo3

Leptotes e suas espécies

Leptotes bicolor

Leptotes bicolor

Nome científico: Leptotes
Nomes populares: Leptotes
Família: Orchidaceae
Clima: Tropical de altitude, com invernos secos e verões úmidos. Prefere altitudes de 500 a 900 m.
Origem: Brasil, nos estados do sul e sudeste até a Bahia. Aparece também no Paraguai. No Brasil ocorrem 5 espécies: L. bicolor, unicolor, tenuis, pauloensis e serrulata.
Altura da planta: Até 15 cm.
Luminosidade: Necessita bastante luz, mas não direta. Um sombrite de 60 % ou 70% é o ideal.
Ciclo de Vida: Perene
Descrição: Epífitas de pseudobulbos pequenos, com folhas cilíndricas curtas ou longas, verde escuras, com sulco longitudinal. A inflorescência surge da base das folhas, sem espata, com 1-7 flores, geralmente pendentes, de coloração branca, rósea ou levemente esverdeada. O labelo é manchado de amarelo, púrpura ou lilás, com lobos laterais pequenos. As pétalas e sépalas são alongadas com a mesma cor. Cada flor tem por volta de 2-4 cm, com duração de 20 dias. Floração na primavera e verão. Algumas espécies são perfumadas e outras tem margens serrilhadas. A polinização ainda não foi bem compreendida, possivelmente polinizada por abelhas ou beija-flores.

L.bicolor alba 2

L.bicolor var. alba

 Pelo tamanho da folha, o formato das flores e sua maior ou menor pendência, pode-se diferenciar as espécies de Leptotes. Assim, há dois grupos distintos:
a) Possuem 4 espécies (Leptotes unicolor, Leptotes bicolor, Leptotes bohnkiana, Leptotes pohlitinoco ), com flores que não se abrem muito, muito tombadas, com folhas longas maiores que as inflorescências, superfície lisa, verde claras.
b) Possuem 5 espécies (Leptotes tenuis , Leptotes pauloensis , Leptotes harryphillipsii , Leptotes mogyensis e Leptotes vellozicola ), com flores mais arredondadas, folhas curtas e rugosas, verde escuras, possuem 1-2 flores por inflorescência.
Diferenças entre a Leptotes unicolor e Leptotes bicolor : A primeira tem pseudobulbos com 1 cm de altura, folhas de 3 cm, flor de 2 cm, pétalas e sépalas rosa-arroxeados, labelo da mesma cor, cresce para baixo, florescendo de janeiro a março. No L. bicolor os pseudobulbos tem 2 cm de altura, as folhas cilindricas chegam a 10 cm de comprimento, flores com 3 cm de diâmetro, sépalas e pétalas brancas ou levemente rosadas, labelo rosa-arroxeado, floresce no verão.
Local de cultivo: No ambiente natural habita florestas abertas, subtropicais e úmidas. Caso plantada em vasos plásticos ou de barro, deve ser muito bem drenado, mas parece não gostar muito destes recipientes. Como suas raízes apodrecem com facilidade na umidade excessiva, preferem estar fixadas às árvores ou em pedaços de troncos.
Substrato: Caso o cultivo seja em vasos, os leptotes podem ser colocados em una mistura de cascas, brita e algo que retenha mais umidade como fibras e esfagno.
Água: Manter sempre uma boa umidade, não permitindo que o vaso fique totalmente seco por muito tempo.
Temperatura: Entre 16º C e 27º C.
Adubação: Adubos organominerais a cada 2 meses e NPK 20-20-20 a cada 15 dias.
Propagação: Divisão da planta mantendo 4-5 pseudobulbos.
Pragas, doenças e outros problemas : Não são comuns.
Outras considerações :
– Em grego, Leptotes significa “delicado”.
– Algumas espécies tem as sementes usadas na aromatização de alimentos, substituindo a baunilha.
Referências:
– Revista O mundo das orquídeas – Ano 2 – nº 7
– Leptotes – John Denson
– Leptotes – Susan Taylor
– Complete guide to orchids – Miracle Gro
– O grande livro das orquídeas – Editora On-line
– Leptotes orchid –
Wikipedia, the free encyclopedia
Revista Natureza nº 299 – Beleza singela – Ana Luísa Vieira

L.bicolor alba

A inflorescência sai da base das folhas

Tenthecoris bicolor – a baratinha vermelha

DSC05389Nome científico: Tenthecoris bicolor ou Tenthecoris orchidearum
Nomes populares: Baratinha vermelha
Ordem: Hemiptera
Família: Miridae
Descrição e biologia : Os adultos medem 5 mm de comprimento, cor vermelha na cabeça, olhos pretos, asas anteriores azul-escuras com as bordas externas alaranjadas. Tanto o pronoto (parte dorsal do primeiro segmento do tórax dos insetos) como as patas e a parte ventral do corpo são avermelhados. Os ovos são colocados em incisões nos pseudo-bulbos e folhas, sendo que logo ao nascer já começam a prejudicar a planta. As jovens ninfas são de cor escura. Demora cerca de 20 dias para que atinjam o estado adulto. O melhor desenvolvimento ocorre a uma temperatura de 20º C e 60 % de umidade do ar. São de hábito gregário.
Danos : Ao alimentar-se, o inseto introduz os estiletes do aparelho bucal nos tecidos da planta, sugando a seiva. A saliva do Tenthecoris hidroliza os carbohidratos e dissolve a celulose das folhas. Por causa destas picadas aparecem manchas de coloração esbranquiçadas com pontos bem típicos. Além da planta ficar desvitalizada, também injetam toxinas que resultam em necroses. Todo este quadro ainda é propicio para os fungos e outros patógenos, culminando com um aspecto lastimável para a planta. As orquídeas preferidas são as Cattleyas, Laelias, Encyclias e Epidendros.
Controle: A forma mais rápida de controlar é com a aplicação de inseticidas fosforados, clorofosforados ou piretróides (como o SBP). Como são substâncias tóxicas e causam danos à saúde é recomendado muita cautela. Outra possibilidade são pulverizações repelentes a cada 15 dias com óleo de neen ou preparado feito com alho, pimenta e sabão de coco. É recomendável limpar as partes atacadas com escovinha de dente pois ali estão, junto com suas fezes, os ovos da praga.
Outras considerações: Estes percevejos são muito rápidos para se esconderem quando percebem a aproximação humana. Logo que sentem o perigo se escondem embaixo das folhas.
Referências:
Tenthecoris bicolor – Sociedade Orquidófila Diamantinense
Tenthecoris bicolor – Invasive Species Compendium
– Tenthecoris bicolor – Infojardim
– Manual de Entomologia – Domingos Gallo / Otávio Nakano / Frederico Wiendl / Sinval Neto / Ricardo Carvalho
DSC05390

Laelia purpurata

DSC05341Nome científico: Laelia purpurata
Nomes populares: Lélia
Família: Orchidaceae
Clima: Subtropical. Nas regiões onde naturalmente se desenvolve, há variações climáticas drásticas, sem uma estação de seca definida, bastante umidade.
Origem: Sul do Brasil, nas regiões litorâneas desde o Rio Grande do Sul até o Rio de janeiro. Não aparece no Paraná. Possivelmente não ocorra nos estados mais ao norte pela ausência de frio.
Altura da planta: Possui de 20 a 40 cm de altura
Luminosidade: Sombreamento de 40 a 70%. Não apreciam a luz direta do Sol.
Ciclo de Vida: Perene
Descrição: Epífita de fascinante beleza (às vezes rupícola), crescimento simpodial, folhas compridas, um pouco côncavas, coriáceas, de cor verde escuras e pseudobulbos bem desenvolvidos e alongados. As folhas possuem de 20 a 40 cm de comprimento com largura variando de 4 a 9 cm. As flores são grandes, com hastes florais de até 20 cm de comprimento que apresentam um conjunto de até 5 flores. Estas são de pétalas e sépalas brancas com labelo purpúreo, diâmetro médio de 15 cm, geralmente perfumadas e de duração por volta de 20-30 dias. A época de florescimento é do final da primavera até o início do verão. Há um grande número de variedades e tonalidades, muitos cruzamentos e hibridações com outros gêneros.
Local de cultivo: Potes de plástico, cerâmica ou cestas, bem como em troncos ou diretamente fixadas em árvores. Os vasos não devem ser muito grandes e é importante haver boa distância entre os vasos para que o ar circule bem. Em qualquer situação é vital ter boa drenagem.
Substrato: Cascas de pinus, carvão e brita são uma possibilidade. Pessoalmente só uso a brita, conforme exposto em postagem sobre o tema. Boa drenagem, no entanto, é requisito obrigatório.
Água: Regas regulares, mais intensas no verão. Quando surgem períodos de escassez de chuvas, pode-se molhar o chão (de preferência britado e com passeios de cimento) para aumentar a umidade do ambiente.
Temperatura: Tolera temperaturas entre 0ºC a 35º C, com média anual de 20-22ºC. No período de pré-floração gosta de noites relativamente frias (10-12º C).
Adubação: Quinzenalmente com NPK e a cada 3 meses com organo-mineral. Ver postagem Adubação em orquídeas.
Propagação: Por divisão, mantendo 4-5 pseudobulbos por planta. Fazer a operação sempre após a floração.
Pragas, doenças e outros problemas: Cochonilha, pulgões, tentecoris, além de bactérias e doenças fúngicas que causam antracnose e podridões. Estes temas serão desenvolvidos separadamente. Já postado:Doenças fúngicas em orquídeas Caracóis em orquídeas.
Sistemas de classificação: Basicamente os diferentes tipos estão divididos em função do colorido da flor e da forma deste colorido. Na primeira situação temos as seguintes variedades:
a) Tipo: Pétalas e sépalas brancas ou rosadas, labelo purpúreo. Fauce com estrias.
DSC05195
b) Ardósia: Sépalas e pétalas brancas ou cinza-chumbo. Labelo cinza com ou sem veias pronunciadas. Fauce branca ou amarelada. Muitas estrias também nas pétalas.
Laelia purpurata ardósia c) Cárnea: Sépalas e pétalas brancas ou suavemente coloridas. Labelo róseo com veias mais ou menos acentuadas. A fauce é branca ou amarela.
Laelia purpurata cárnea
d) Canhanduba: Sépalas e pétalas brancas. Labelo amarelo, fauce amarelo forte.
e) Roxo-violeta: Sépalas e pétalas brancas. Labelo roxo com ou sem veias pronunciadas. Fauce branca ou amarelada.
f) Roxo bispo: Sépalas e pétalas brancas. Labelo roxo (como o da vestimenta dos bispos católicos).
g) Semi-alba: Pétalas e sépalas brancas, com lobo frontal do labelo purpúreo escuro. Muito parecidas com a “tipo”.
Laelia purpurata semi-alba
h) Suave: Pétalas e sépalas brancas, labelo rosa muito suave, sem estrias.
i) Russeliana: Pétalas e sépalas brancas ou levemente rosadas, labelo róseo-lilás.
Laelia purpurata russeliana
j) Vinicolor: Pétalas e sépalas brancas ou levemente rosadas, labelo com cor de vinho tinto.
k) Alba: Pétalas e sépalas completamente brancas, fauce amarelo forte.
Laelia purpurata alba
l) Concolor: Pétalas e sépalas de qualquer cor, homogênea, com labelo de cor levemente mais acentuado.
m) Rubra: Pétalas e sépalas fortemente coloridas, labelo vermelho. Facilmente confundida com a variedade sanguínea.
Laelia purpurata rubra
n) Sanguínea: Flores de colorido vermelho-sangue.

Quanto a forma do colorido temos as variedades abaixo:
a)
Anelata: Há um anel na entrada da fauce, unindo os lobos laterais.
Laelia purpurata anelata b)
Argolão: Possui um anel mais grosso que a anterior.
Laelia purpurata argolão c)
Áurea: Ocorre interrupção das estrias na entrada da fauce, possuindo anel amarelo intenso na fauce.
d) Mandayana: Sem estrias na fauce, cor rosa suave. A cor do labelo é um pouco mais forte.
e)
Marginata: Sépalas e pétalas brancas, labelo com colorido definido e com margem branca bem distinta.
f)
Multiforme: Labelo com desenhos variados no lobo frontal, podendo ser de qualquer cor. Não pode ser enquadrada em nenhuma outra variedade.
g)
Oculata: Possui duas manchas vermelho-purpúreas, opostas e simétricas nos lobos laterais, dando a aparência de olhos. As flores são brancas.
h)
Reginae : Labelo apresenta em seu contorno uma orla branca.
i) Schroederae
: Labelo branco apenas com estrias.
j)
Atro: Labelo com colorido intenso.
k)
Flâmea: As pétalas tem colorido vermelho purpúreo intenso, acentuando-se em direção a suas pontas.
Laelia purpurata flãmea i)
Striata: As pétalas possuem estrias longitudinais vermelhas, com fundo claro.
Laelia purpurata striata m)
Venosa: Pétalas e sépalas rosadas com veios avermelhados.
Laelia purpurata venosa Outras considerações:
– Floresce na primavera, em novembro e dezembro. Dificilmente ocorre em outros meses.
– A variedade C
anhanduba é exclusiva de Santa Catarina.
Referências:
Laelia purpurata – Lou Menezes
– Revista Como cultivar orquídeas nº 53
– Growing Laelia orchids – Jon Vanzile
– Laelia purpurata – Orquídeas Bueno
– Laelia purpurata – Classificação das Variedades – Carlos Gomes

Bulbophyllum rothschildianum

B. rothschidianum1

Nome científico: Bulbophyllum rothschildianum / Cirrhopetalum rothschildianum
Nomes populares: Não tem
Família: Orchidaceae
Clima: Habita as florestas úmidas e quentes dos países de origem.
Origem: Índia, Tailândia e sul da China
Altura da planta: 15 cm
Luminosidade: Bastante luminosidade, 40% a 60% de sombreamento.
Ciclo de Vida: Perene
Descrição: Epífita com pseudobulbos curtos, folhas oblongas, floração em Abril / Maio. As hastes florais possuem de 6 a 12 flores de 4-6 cm de comprimento, coloração geral avermelhada, estriadas e com manchas, o labelo é cor de vinho. Prefere altitudes entre 300 e 1200 m.
Local de cultivo: Em vasos ou troncos de madeira.
Substrato: Cascas finas, esfagno e brita.
Água: Gosta de água. Molhar 1-2 vezes por semana ou mais no verão.
Temperatura: Amenas a quentes. Tolera extremos de 0º C até 40º C.
Adubação: A cada 15 dias NPK 20-20-20 e adubo organomineral 1 vez a cada 3 meses.
Propagação: Vegetativa, deixando 4-5 pseudobulbos por muda.
Pragas, doenças e outros problemas: Não apresenta grandes problemas quando bem cuidada, mas é vulnerável a cochonilhas. Para evitar doenças fúngicas , manter boa circulação de ar.
Outras considerações
– Em ambiente natural corre risco de extinção.
– Planta fácil de cuidar.
– Possui aroma desagradável tanto que é polinizada por moscas varejeiras.
Referências :
Bulbophyllum rothschildianum – Orchid wiki
Bulbophyllum rothschildianum – Daniel Carvalho Gonçalves e Evandro Carlos Ferreira

B. rothschidianum3

Dendrobium pierardii

Dendrobium pierardii 5Nome científico: Dendrobium pierardii  Sinônimo: D. aphyllum, D. cucullatum
Nomes populares: Não encontrado no Brasil. Na Índia é conhecido como “hooded dendrobium” (dendrobium de capuz), nas Filipinas chamam-na “fairy sanggumay” (orquídea das fadas) e de Dendrobium Orchid em países de língua inglesa. 
Família: Orchidaceae
Clima: Temperado
Origem: Índia, China, Nepal, Butão, Burma, Tailândia, Laos, Malásia e Filipinas.
Altura da planta: Planta pendente com pseudobulbos de até 1 m de comprimento.
Luminosidade: Gostam de ambientes com bastante claridade porém com luz solar filtrada. Sombrites de 50% a 60%.
Ciclo de Vida: Perene
Descrição: Epífita simpodial, de pseudobulbos longos, com inúmeras flores (tamanho de 3-4 cm) que surgem no início da primavera. As pétalas e sépalas tem coloração rosada com labelo creme. Como durante a floração todas as folhas caem, forma-se um belíssimo efeito cascata. Em cada entrenó pode surgir de 1 a 5 flores. As folhas lanceoladas tem de 3 a 10 cm de comprimento. Após a floração surgem vários keikis (novos brotos) nos pseudobulbos que deram as flores. O cultivo desta espécie não apresenta dificuldades. Existem variações no colorido das flores, desde suaves (quase brancas) até rosadas-avioletadas (bem mais escuras). Desenvolvem-se do litoral até altitudes de 1800 m.
Dendrobium pierardii2 Local de cultivo: Em potes (plástico ou barro), tocos de madeira ou direto nas árvores e cachepôs . Mas deve-se levar em consideração seu aspecto pendente. Num primeiro momento crescem verticalmente mas depois inclinam-se e os ramos caem. Desenvolve-se bastante sendo necessário planejar bem o tamanho do recipiente para colocá-la. No caso de potes é vital muito boa drenagem e estar em local de boa circulação de ar.
Substrato: Quando em potes, misturas de brita, carvão (pinheiro ou peroba), cascas e musgos. Ver postagem Substratos em orquídeas.
Água: Em seu ambiente natural há chuvas regulares na primavera, verão e início do outono. No fim do outono as chuvas vão diminuindo e os meses de inverno são secos. Assim, regue regularmente enquanto a planta está em desenvolvimento vegetativo, mantendo uma atmosfera úmida no ambiente. Conforme vai reduzindo a produção de folhas e estas começam a cair, diminuir a irrigação só molhando quando o substrato ficar seco. Inclusive pode-se aplicar somente uma água pulverizada. Só intensificar novamente a irrigação quando os botões florais começarem a se formar. É claro que se a planta estiver exposta ao tempo é mais difícil de controlar o fornecimento ou não de água.
Temperatura: Preferem temperaturas intermediárias a quentes, aceitando bem até 35º C.
Adubação: Recomendo as indicações feitas na postagem Adubação em orquídeas.
Propagação: Uma maneira simples de multiplicar esta espécie é através dos keikis que naturalmente surgem nos pseudobulbos após a floração. Estas brotações podem ser separadas da planta mãe após as raízes atingirem uns 4 -5 cm. O melhor é retirar o keiki junto com um pedaço de pseudobulbo (4-7 cm). Coloca-se em vaso pequeno com parte do pseudobulbo enterrado até a superfície , sendo que as raízes ficam apoiadas sobre o substrato. Também pode-se fazer algumas divisões quando da troca de vasos, sem enfraquecer demais a planta original.
Pragas, doenças e outros problemas: Já tenho há vários anos o Dendrobium pierardii e não tive nenhum problema com doenças ou pragas, nem mesmo os desagradáveis pulgões verdes que atacam os Dendrobiuns na primavera. Mas a literatura indica que são sensíveis aos pulgões e cochonilhas.
Outras considerações:
– Em risco de extinção na natureza.
– Na Índia, flores esmagadas formam uma pasta que colocada na testa auxilia contra dor de cabeça e tonturas.
– A palavra “aphyllum” é formado pelo prefixo “a”, que traz a ideia de ausência de “phyllos” (folha), referindo-se a ausência de folhas durante o seu período de floração.
Referências:
– Dendrobium pierardii – Suresh Kalyanpur – The orchid society of Karnataka – Bangalore India
– Dendrobium aphyllum – Kew Royal Botanic Garden  UK
– Dendrobium pierardiiWorld dictionary of medicinal and poisonous plants: common names
– Dendrobium aphyllum – Robinson Viegas dos Reis
– 
The Orchids of the Philippines – Jim Cootes
– Cultivo de algumas espécies de Dendrobium – Siegfried Preiskorn
– Dendrobium pierardii – Naresh Swami
– How we grow Dendrobiums part 2 –
Robert Fuchs
– 
Orquídeas Dendrobium, las flores más sorprendentes del mundo – Myriam Noemí
– Dendrobium aphyllum Aventura com orquídeas – Ana Maria Rodrigues
Dendrobium pierardii

Maxillaria porphyrostele

Maxilaria porphyrostele3

Nome científico: Maxillaria porphyrostele Sinônimo: Brasiliorchis porphyrostele
Nomes popularesMaxilaria , purple column maxillaria (EUA)
Família: Orchidaceae
Clima: Tropical e sub-tropical, em zona de altitude média.
Origem: Brasil, principalmente em matas do sul e sudeste.
Altura da planta: 30 cm
Luminosidade: Prefere um sombreamento entre 50% e 70 %.
Ciclo de Vida: Perene
Descrição: Epífita vigorosa com pseudobulbos ovalados e folhas verde escuras lanceoladas com 20-30 cm. As flores surgem no fim do inverno, início da primavera, são amareladas com 3-4 cm de diâmetro, a coluna da flor é púrpura, de longa duração, sem perfume.
Local de cultivo: Em vasos de barro / plástico ou diretamente nas árvores ou pedaços de troncos.
Substrato: Cascas, carvão, fibras e brita. Ver postagem Substratos em orquídeas.
Água: Gosta de umidade e requer menos água no inverno.
Temperatura: Frias a amenas. Sensível a geadas.
Adubação: Ver postagem Adubação em orquídeas.
Propagação: Por divisão quanto não houver mais espaço no vaso.
Pragas, doenças e outros problemas: Temas que serão desenvolvidos separadamente. Já postado: Doenças fúngicas em orquídeas e Caracóis em orquídeas.
Outras considerações:
– Por vezes é confundida com a Maxilaria picta.
– O nome “porphyrostele” significa coluna púrpura.
Referências:
– Maxillarias – Brian Milligan – Orchid Societies Council of Victoria – Australia
Maxillaria porphyrostele – Backyard gardener
Maxillaria porphyrostele – Ken Blackburn
– Orquídeas Maxillaria – Revista Como cultivar orquídeas nº 54
– Núcleo de Orquidófilos de D. Martins e M. Floriano
Maxilaria porphyrostele2

Cattleya intermedia

C.interm.tipo3
Nome científico
: Cattleya intermedia
Nomes populares
: Intermédia

Família: Orchidaceae
Clima: Subtropical
Origem: O seu habitat natural é o sul do Brasil margeando a Mata Atlântica. Estende-se até o Rio de Janeiro e ao sul é encontrada em alguns pontos do litoral do Uruguai e Argentina.
Altura: de 15 a 40 cm, dependendo da região.
Luminosidade: 50% de sombreamento. Mas desenvolve-se também com uma luminosidade maior, chegando mesmo a ser encontrada sob pedras com incidência direta do Sol.
Ciclo de Vida: Perene
Descrição: Epífita ou rupícola, bifoliada, folhas oblongas, espata com inflorescência  de 6-10 cm com 1 – 5 flores, com grande variedade de cores. As flores possuem em média 12 cm de diâmetro, algumas perfumadas, abrindo na primavera e verão. Entre os polinizadores naturais estão as mamangavas. Nas regiões litorâneas, junto a vegetações mais rasteiras, recebendo umidade e calor constantes, atinge um porte maior (até 50cm), com folhas também maiores e um elevado número de flores por pendão (até 10 flores). Mas afastando-se do litoral reduz o porte e a quantidade de flores. Às vezes produz híbridos naturais de grande beleza.
Local de cultivo: A planta é de fácil cultivo podendo ser usada em vasos de plástico ou cerâmica, amarradas em pequenos troncos ou diretamente presa nas árvores. Por ser extremamente adaptável pode ser colocada tanto em telados como em casas de vegetação, desde que haja boa circulação de ar e luminosidade. Os ambientes nativos onde encontramos a Intermédia são de alta umidade.
C.interm.tipo1 Substrato:  Este item, ao qual já fiz uma postagem, sempre gera alguma controvérsia e cada um deve achar o que é melhor para o seu espaço. Mas, em geral, estas Cattleyas gostam de substratos que permitam que suas raízes fiquem bem arejadas. Cascas de pinus, carvão e brita são uma possibilidade. Pessoalmente só uso a brita e, no caso desta espécie, mais do que se justifica pois ela também é rupícola.
Água: Irrigar sempre que o substrato estiver seco. Particularmente, por usar brita, molho 2 vezes por semana ou mais em períodos quentes. Esta planta possui pseudobulbos finos que propicia pouco armazenamento de água, o que justifica a preferência por umidade ambiental elevada. Muitos recomendam molhar o chão do orquidário para elevar a umidade do ar.
Temperatura: Aceita um gradiente grande de temperaturas e até situações extremas (desde que por curtos períodos). O ideal seria entre 21 e 32º C.
Adubação: Quinzenalmente com NPK e a cada 3 meses com organo-mineral. Ver postagem Adubação em orquídeas.
Propagação: Se o vaso ficou pequeno pode-se fazer divisão após a floração, quando começam a surgir novas raízes. Cada nova muda deve ter 3-4 pseudobulbos. Mas comercialmente a forma de propagação é por sementes, clonagem ou mericlonagem.
Pragas, doenças e outros problemas: Temas que serão desenvolvidos separadamente. Já postado: Doenças fúngicas em orquídeas e Caracóis em orquídeas.
Sistemas de classificação: Já faz muitas décadas que vem-se fazendo melhoramentos na Cattleya intermedia. Para poder classificar tanta diversidade de cores e formas, os orquidófilos criaram sistemas para facilitar tal trabalho. Existem algumas diferenças de um lugar para outro, o que gera alguma confusão. A seguir estão considerações sobre as variedades indicadas nestas classificações, levando em conta a forma da flor, a forma do colorido da flor elo colorido da flor. O orquidófilo Carlos Gomes de Florianópolis SC tem contribuição importante nestes trabalhos.

1) Forma da flor: Este assunto sobre a forma da flor na Cattleya intermedia é muito discutido, muitas vezes motivo de polêmicas. Mas também apaixonante. Recomendo ler as opiniões do Sr Carlos Gomes sobre o assunto em seu site (www.orquidariocarlosgomes.com.br). Ele sugere que existe uma evolução na natureza da forma pelórica (trilabelo) para a forma tipo com pétalas mais largas, onde percebe-se a diminuição da dominância do labelo. Neste processo aparecem as formas aquinii, flamea e bergeriana.

Pelórica

Pelórica

C.interm.aquinii

Aquinii

Pelórica : Peloria é uma anormalidade vegetal onde há uma alteração de forma. Exemplificando, no caso da intermedia, quando ocorre um estrangulamento na extremidade das pétalas (estas imitam a forma do labelo – trilabelo) temos uma forma pelórica. Também são pelóricas as tripétalas.
Aquinii : Pétalas largas mostrando no terço final de suas extremidades um estrangulamento com duas máculas (manchas). As aquiniis são flores actinomorfas (simetria radial).
Flâmea
: Ocorre, na extremidade superior, uma intensificação flameada da cor (qualquer que seja). O estrangulamento das pétalas também está presente.
Bergeriana: O nome é uma homenagem a Alceu Berger, que levantou pela 1ª vez a teoria da evolução das flores “pelóricas” até as flores de pétalas largas. Assim, as bergerianas são aquelas flores de pétalas alargadas com estrangulamento reduzido, com ou sem manchas coloridas. Este formato é o objetivo de todos aqueles que trabalham com hibridações.

Flamea

Flamea

2) Colorido da flor :

Tipo : As pétalas e sépalas são rosadas ou lilás claro e o lóbulo frontal do labelo tem coloração purpúrea. É a mais comum das variedades.
Bordô : O lobo frontal do labelo é bordô e as pétalas e sépalas são brancas ou rosadas.
Cerúlea : O lobo frontal do labelo tem cor azulada ou lilás azulado. Já as pétalas e sépalas são brancas a lilás azulado.

Tipo

Tipo

Fresina : O lobo frontal do labelo é de cor de vinho rosé (fresi) enquanto as pétalas e sépalas são brancas ou com colorido suave.
Lilasina : O lobo central do labelo é lilás claro e as pétalas e sépalas brancas.
Roxo-bispo : Pétalas e sépalas brancas ou suavemente coloridas, a cor do lóbulo central do labelo é roxo bispo (referente aos trajes usados pelos bispos).

Coerulea

Coerulea

Alba

Alba

Semi-alba : Pétalas e sépalas brancas, lóbulo central purpúreo.
Vinicolor : O lóbulo central do labelo tem cor de vinho tinto, com as pétalas e sépalas brancas ou com cores suaves.
Alba : A flor inteira é branco puro, exceto na fauce que pode apresentar um suave tom amarelo.
Concolor : Toda a flor com cor uniforme rósea. Apenas a fauce pode ser de cor mais clara.

Concolor

Concolor

Rubra : Pétalas, sépalas e tubo com colorido rubro. O lobo frontal do labelo tem cor purpúrea, sendo que a fauce pode ser mais clara.
Sangüínea : Toda a flor com cor vermelha sanguínea, sendo o lobo frontal purpúreo escuro. Bastante rara.
Ametistina : Pétalas e sépalas brancas com o lobo frontal com cor de ametista.
Atropurpúrea : As pétalas e sépalas são rosa claro ou mais escura com o labelo todo purpúreo.
Roxo violeta : Pétalas e sépalas brancas, lobo central violeta azulado bem acentuado.
Suave : Pétalas e sépalas brancas com lóbulo frontal do labelo levemente róseo.

Vinicolor

Vinicolor

Suave

Suave

3) Forma do colorido da flor :

Albescens : Possuem pétalas, sépalas e labelo brancos com poucos pontos em uma outra cor. O que a difere da alba são estes pontos.
Puntata : As pétalas e sépalas possuem pontos (pintada).
Maculata : Apresentam máculas pelas pétalas e sépalas. Geralmente róseas.

Puntata

Puntata

Orlata : Possuem acentuado colorido a partir do labelo para os lobos laterais. Apresenta labelo maior em relação a outras intermédias e as margens coloridas dos lobos laterais são bem largas.
Marginata : O colorido do lobo central do labelo estende-se pelas margens dos lobos laterais e margens do tubo. As margens ficam voltadas para fora. Também tem labelo grande.
Multiforme : Possuem desenhos variados no lobo central do labelo que não são pertencentes a nenhuma outra categoria.

Orlata

Orlata

Oculata : No lobo frontal do labelo aparecem duas manchas simétricas semelhantes a olhos.
Pseudo-tipo : O lobo frontal do labelo tem duas nuances de cor, separadas por uma linha horizontal.
Striata : As pétalas e/ ou sépalas possuem estrias.
Venosa : Possuem como que “veias” nos segmentos florais. Muito rara.

Oculata

Oculata

Marginata

Marginata

Outras considerações:
– O nome intermédia refere-se ao tamanho intermediário de sua flor entre as Cattleyas.
– Por ser alvo indiscriminado de colecionadores e saqueadores comerciais, tornou-se muito rara em estado natural. Lamentável!

Referências:
– Cattleya intermedia Graham ex Hook –American Orchid Society
– Cattleya intermediaclassificação (2005) – Carlos Gomes – Florianópolis
– Orchid Profile – Cattleya intermedia
Susan Taylor em Orchids on Bellaonline
– Cattleya intermedia – Revista 
Como Cultivar Orquídeas – nº 52
– Cattleya Intermédia e suas variedades – Federação Catarinense de Orquidofilia

Bulbophyllum saltatorium

B.saltatorium3
Nome científico
: Bulbophyllum saltatorium var. albociliatum, embora seja conhecida em muitos lugares por seus sinônimos – Bulbophyllum miniatum, Cirrhopetalum miniatum ou Bulbophyllum alinae.
Nomes populares: Não consta nenhum nome para o Brasil. Em alguns países da África é conhecido como Dancing Bulbophyllum (bulbofilum dançante)
Família: Orchidaceae
Clima: Tropical
Origem: Parte central do continente africano principalmente na Serra Leoa, Libéria, Costa do Marfim, Gana, Nigéria, Camarões, Guiné, Gabão, Congo, Uganda, Quênia, e Angola.
Altura: Folhas de 3-7 cm com haste floral atingindo até 27 cm.
Luminosidade: De 50% a 70% de sombreamento
Ciclo de Vida: Perene
Descrição: Epífita de pequeno porte, de hastes longas e flores pequenas (até 1,3 cm) com sépalas e pétalas púrpuras sendo que o labelo possui franjeado rosado. As folhas são verde escuras com pseudobulbos verde claros. A inflorescência possui várias flores que vão se abrindo em sequência, com duração por volta de 15 dias. Floresce no final do inverno, início da primavera no Brasil.
Local de cultivo: Em vasos pequenos, troncos ou diretamente nas árvores desde que em meia sombra. Em habitat natural vivem em florestas de altitudes até 600m ou um pouco mais.
Substrato: Pedriscos misturados com cascas e fibras. Importante é ter boa drenagem.
Água: Gosta de boa umidade ambiental. Se estiver sob cobertura molhar 1-2 vezes por semana. No inverno reduzir a irrigação.
Temperatura: Entre 16º C e 29º C
Adubação: Organo-mineral a cada 3 meses e química a cada 15 dias
Propagação: Divisão da planta quando o vaso ficar pequeno.
Pragas, doenças e outros problemas: Não há citação na literatura. Pessoalmente nunca tive problemas.
Outras considerações: A beleza desta planta, além da suavidade da cor, é que ao toque da menor brisa o labelo rosado balança como que dançando.
Referências:
– Bulbophyllum saltatorium var. Albociliatum – Grupo Orquideófilo del Norte Santafesino
Bulbophyllum alinae – The plant list
– Bulbophyllum – Orchids of Central Africa
– Bulbophyllum saltatorium – African orchids
B.saltatorium4

Doenças fúngicas em orquídeas

Phalenopsis Suely

Plantas saudáveis – tudo o que queremos!

Os fungos são um dos grandes problemas no cultivo de orquídeas. Em geral, muitas condições indicadas para as orquídeas (como umidade ambiental) também são favoráveis para os fungos. Assim, de forma preventiva, devemos adotar um manejo correto para evitar esta adversidade.

Algumas recomendações importantes :

– Substratos limpos
– Ferramentas desinfetadas antes de usá-las. Caso for mexer em uma outra planta, desinfectar novamente. Existem substâncias químicas para isto, ou mesmo o álcool. Mas o melhor meio é o fogo.
– Evitar  que os vasos fiquem muito próximos pois muitos fungos tem seus esporos disseminados pelos respingos da irrigação ou a água da chuva.Distância correta entre vasos – A ventilação é um item vital pois evita que o ambiente fique úmido por muito tempo, o que facilita a disseminação de esporos.
– O piso do orquidário deve ser de brita ou material de rápida drenagem para evitar o acúmulo por muito tempo de umidade.Piso de brita – Retirar as partes doentes das plantas, aplicando algum protetor (como canela ou pasta fúngica) nos locais onde houve a lesão.
– Fazer estudo e utilizar os fungicidas mais eficientes. Muitas vezes o rodízio de fungicidas (principalmente no caso de orquidários maiores) evita o surgimento de fungos resistentes.
– Todos os fatores ambientais (como luminosidade, temperatura, irrigação, adubação, entre outros) devem ser fornecidos criteriosamente para que a planta tenha as melhores condições de saúde, tornando-se mais resistentes.Orquidário em condições básicas
– A limpeza do orquidário deve ser exemplar, sem entulhos ou qualquer acúmulo desnecessário. Nas visitas diárias recolher todo material que é retirado (como folhas velhas, flores murchas, substratos, etc) para posterior descarte. Jamais jogue no chão.

Os fungicidas

Mas mesmo tomando todas as medidas preventivas ainda podem surgir doenças fúngicas (ou outras). Neste caso precisamos utilizar os fungicidas, de origem química ou orgânica, para restituir a saúde da orquídea. São muitos os produtos sintéticos vendidos em casas especializadas e não vou entrar no detalhamento destas substâncias. Penso que devemos usá-los em casos onde não há outro meio. São sempre tóxicos e podem acarretar algum dano ambiental e à saúde humana e animal. Encorajo o estudo de plantas que possuem princípios ativos que nos interessam para tal propósito.

Aloé1

Aloé

Só como informação, a American Orchid Society recomenda o pó / óleo de canela como excelente fungicida. Também o U.S. Enviromental Protection Agency cita a canela como pesticida sem riscos. De minha experiência própria, uso a canela aplicada à Aloe vera (planta simplesmente extraordinária) formando uma pasta protetora nas lesões da planta. A Aloé é germicida, desinfetante e cicatrizante e tem uma mucilagem colante que permite que a canela atue por longo tempo.

As principais doenças fúngicas

– Mofo cinzento: É uma doença que se caracteriza por apresentar pontos escuros nas flores, eventualmente também nas folhas. É comum em Phalenopsis, Cattleya e Dendrobium. O patógeno chama-se Botrytis cinerea e geralmente manifesta-se no inverno e primavera. Os esporos são difundidos pela água e pelo vento. As plantas ficam com o crescimento dificultado, as flores ficam feias e morrem.  Posteriormente há severa perda de folhas, caso nada seja feito. É facilmente controlado ao manter as orquídeas em ambiente de boa circulação de ar e irrigando apenas as raízes. Nunca molhe as flores. Ao perceber o fungo, descartar a parte afetada. Em caso muito grave, o fungicida indicado tem como princípio ativo o Mancozeb (Dithane ou Manzate). Além dos já citados, também pode afetar os gêneros: Aerides, Ascocentrum, Brassia, Brassocattleya, Brassolaeliocattleya, Broughtonia, Calanthe, Cycnoches, Cymbidium, Doritaenopsis, Epidendrum, Laelia, Laeliocattleya, Maxillaria, Miltonia, Oncidium, Paphiopedilum, Phaius, Potinara, Trichoglottis, Vanda e Vanilla.
Botrytis cinerea                                                                           Botrytis cinerea

Fusariose: Afeta as raízes, os pseudobulbos, folhas e flores. Ou seja, se não tratar mata a planta. Também conhecido por “canela seca”. Os sintomas são manchas ovais marrons nas flores e folhas novas, dificuldade de crescimento, murcha e clorose. Três ou quatro manchas nas folhas são característica da doença, que se alastra rapidamente. É preciso remover as partes infectadas usando ferramentas esterilizadas (a chama do fogão é o suficiente). A infecção ocorre pelas raízes, sendo que o dano causado no sistema vascular dificulta o transporte de água e nutrientes. Se cortamos o pseudobulbo percebe-se linha escuros indo em várias direções. Tem um cheiro desagradável de podre. O agente causador é o Fusarium oxysporum e o Fusarium solani. O fungo gosta de temperaturas entre 25ºC e 30ºC. A forma principal de propagação é através do uso de ferramentas de corte não esterilizadas. Segundo a Houston Orchid Society, os sintomas desenvolvem-se mais em plantas estressadas pelo calor e em condições de umidade muito elevada. Utilização muito pesada de fertilizantes também contribui para o desenvolvimento da moléstia. Não há cura garantida para o Fusarium. O melhor é prevenir. No caso de usar fungicidas, aconselha-se os de contato (mancozeb) e os sistêmicos (mefenoxam, tiofanato-metílico), tão logo apareçam os sintomas. Um exemplo, respectivamente são o Manzate / Dithane e o Ricomil / Cercobin. Mas sempre que possível aconselho a evitar defensivos tóxicos. Os gêneros mais afetados são: Aerides, Ascocenda, Brassavola, Brassocattleya, Brassolaeliocattleya, Bulbophyllum, Catasetum, Cattleya, Cycnoches, Cymbidium, Dendrobium, Lycaste, Oncidium, Phalaenopsis, Potinara, Sophrolaeliocattleya e Vanda.

Podridão negra : Gerada pelo fungo Phytophthora e Pythium. Algumas espécies destes fungos atacam o Dendrobium, gerando manchas amarelo esverdeadas nas folhas, ficando negras posteriormente. A moléstia progride através das raízes e a chance da planta morrer é grande. As partes atacadas ficam moles destacando-se facilmente da planta. Nas mudinhas novas ocorre o “dumping-off” (tombamento). Os esporos são dispersos via água e também por contato. Temperaturas amenas / elevadas e alta umidade favorecem este patógeno. Assim, nestas condições, o cuidado tem de ser grande. Eliminar as partes afetadas é a primeira atitude, além de ter atenção na irrigação. Em orquidários maiores a aplicação preventiva de fungicidas pode ser inevitável. A doença é muito contagiosa e se as medidas de combate não forem suficientes, tem-se de eliminar a orquídea. Os principais gêneros atacados são: Brassia, Coelogyne, Cymbidium, Laelia, Aerides, Ascocentrum, Epicattleya, Maxillaria, Paphiopedilum, Potinara, Rodriguezia, Brassavola, Brassocattleya, Brassolaeliocattleya, Cattleya, Cyrtopodium, Epidendrum, Laeliocattleya, Oncidium, Vanda e Phalaenopsis além do Dendrobium (já citado).

Manchas foliares de Phyllosticta : O patógeno é o fungo do gênero Phyllosticta. Ocasiona manchas amareladas nas folhas que tornam-se marrons com o tempo ou mesmo negras quando o fungo vai produzir esporos. Estes esporos são disseminados pelo vento e água. O formato das manchas é circular ou ovalado, bordas bem definidas e no centro pode-se ver os picnídios (órgão de frutificação do fungo). Formam estruturas que ficam imersas no tecido do hospedeiro e aquilo que é perceptível na superfície é apenas uma pequena parte do patógeno. A faixa de temperatura boa para este fungo é entre 25ºC e 30ºC. Segundo a Universidade do Hawai, não há tratamento químico satisfatório para esta doença. Quando as manchas começam a se desenvolver, o melhor é cortá-las, não deixando também nenhuma folha morta na planta ou no vaso. Isto impede a contaminação nas plantas sadias. O melhor, quando da irrigação, é fazer no início do dia, permitindo rápida secagem. Ambientes com boa circulação de ar são imprescindíveis para qualquer espécie que estejamos cultivando. Embora seja doença mais comumente vista em Dendrobium e Vanda , também pode ocorrer em Cymbidium, Brassolaeliocattleya, Cattleya, Epidendrum, Laelia, Laeliocattleya, Odontoglossum. Oncidium e Phalaenopsis.

Antracnose : Gerado pelo fungo Colletotrichum. As folhas ficam com manchas marrom escuras ou acinzentadas que formam anéis concêntricos, com leve depressão. Atacam tanto os “seedlings” (mudinhas) como as plantas adultas. É favorecido por temperaturas mais baixas (entre 10º e 20º) e alta umidade. Para prevenir, evite locais sombreados, de pouca circulação de ar e isolando a planta quando for atacada. O combate é feito com a aplicação de sulfato de cobre sobre as partes atacadas ou com fungicidas sistêmicos (Mancozeb). Os gêneros afetados são: Aerides, Ascocenda, Ascocentrum, Brassavola, Brassia, Brassocattleya, Brassolaeliocattleya, Bulbophylum, Catasetum, Cattleya, Cymbidium, Cyrtopodium, Dendrobium, Epicattleya, Epidendrum, Laelia, Laeliocattleya, Maxillaria, Miltonia, Odontoglossum, Oncidium, Paphiopedilum, Phaius, Phalaenopsis, Pleurothallis, Rodriguezia, Sophrolaeliocattleya,, Vanda, Vanilla, Zygopetalum, entre outros.
Antracnose 1Antracnose

Podridão das raízes: O fungo causador é do gênero Rhizoctonia que seca os pseudobulbos e causa deterioração radicular, o que tira a vitalidade da parte aérea e fim de novas brotações. Lentamente mata a planta. O patógeno gosta de alta umidade e temperaturas beirando os 30ºC. Possui muitos hospedeiros, sendo assim é importante eliminar restos culturais tanto no orquidário como nos arredores. Os cuidados com esterilização de ferramentas são fundamentais, o que é uma atitude que pode-se considerar como uma recomendação geral. Também o exagero na irrigação ou a má drenagem facilita o surgimento da doença. Tratamentos químicos são feitos com fungicidas sistêmicos. Orquídeas atacadas: Aerides, Brassavola, Brassocattleya, Cymbidium, Dendrobium, Epicattleya, Epidendrum, Laeliocattleya, Oncidium, Paphiopedilum, Phalaenopsis, Potinara Vanda, entre outras.

– Ferrugem : Os agentes causadores podem ser vários, destacando-se: Sphenospora kevorkianii (=Uredo nigropunctata), Sphenospora mera, S. saphena , Uredo epidendri, U. behnickiana e Hemileia oncidii . Este último se diferencia por não apresentar pústulas. Estes fungos gostam de uma combinação de alta umidade com temperaturas amenas. Ocorrem em vários países desde os EUA até o Brasil. As folhas são as partes atacadas, principalmente na parte inferior, onde aparecem pequenas pustulass alaranjadas ou mesmo marrom-avermelhadas. O pó alaranjado são os esporos que se disseminam pelo vento e pela água. Crescem com grande rapidez. Como medida inicial, deve-se cortar as partes atacadas e queimá-las. Nunca jogar no chão próximo ao orquidário. Em seguida é aconselhável deixar a planta isolada das demais. Os fungicidas com sulfato de cobre são os recomendados. É mais frequente em Oncidium, mas também aparece em Brassavola, Brassia, Bulbophylum, Capanemia, Catasetum, Cattleya, Cyrtopodium, Dendrobium, Encyclia, Epicattleya, Epidendrum, Laelia, Lycaste, Masdevallia, Maxillaria, Miltonia, Odontoglossum, Phaius, Pleurothallis, Rodriguezia e Zygopetalum.

Cercosporiose : A infecção inicial pode ocorrer em ambos os lados das folhas, mas geralmente manifesta-se na parte inferior, onde surgem manchas amareladas e irregulares que com o tempo tomam a coloração marrom escura com centro acinzentado. Também na parte superior surgirão pequenas manchas circulares envoltas por um anel amarelado ou arroxeado. Na sequência as manchas ficam necrosadas, cobrem as folhas inteiras e acabam caindo. Períodos de chuva, seguidos de alta umidade relativa são favoráveis para o desenvolvimento da moléstia. O fungo causador é o Cercospora odontoglossi e os gêneros mais atacados são: Brassavola, Cattleya, Cymbidium, Epidendrum, Miltonia, Oncidium, Laelia, Odontoglossum, Oncidium e Sophronitis. Plântulas em bandejas coletivas são mais suscetíveis, pelo que é recomendável usar potes individuais. Além do descarte das partes atacadas, o controle pode ser feito com fungicidas à base de cobre, Manzeb e Ferban.

Podridão da base : Também conhecido como Murcha do Sclerotium, esta doença é causada pelo fungo Sclerotium rolfsii. Os sintomas iniciais aparecem na base da planta, com um enrugamento e podridão dos talos e algumas lesões escuras e irregulares nas folhas (começam nas bordas avançando para toda a superfície). Ao redor das manchas surge um halo amarelado. Nos tecidos das raízes e pseudobulbos observa-se um micélio branco (como algodão) direcionando-se para as folhas. O apodrecimento da base impede a circulação normal de seiva, o que prejudica toda a parte aérea. Este patógeno sobrevive em substratos orgânicos por longos anos, vivendo de forma saprofítica, suportando com grande resistência as adversidades climáticas. Quando as condições são favoráveis rapidamente volta a se desenvolver. Alta umidade, temperaturas acima de 26º C e substrato muito orgânico são as condições ideais para o fungo.

Substratos adequados, limpos e com bastante aeração e drenagem garantem uma boa proteção contra esta doença. Cattleya, Dendrobium, Cymbidium, Phalenopsis e Vanda são os gêneros mais suscetíveis.

Manchas foliares de Phoma pestalozzia : Provoca o trincamento das folhas e manchas alongadas ao redor das nervuras. O gênero de orquídea mais sensível é a Vanda. O Cercobim é um fungicida que pode ser utilizado.

Considerações finais

Não sou um especialista em doenças de orquídeas mas esta área me instiga ao estudo. Não há nada mais desagradável para quem cuida de uma planta, do que descobrir que ela está doente e que podemos perdê-la. Esta postagem é uma revisão bibliográfica minuciosa e não gostaria que parasse por aqui. Peço a qualquer pessoa que ao ler este artigo e quiser colaborar, que envie correções , acrescente informações ou mesmo fotografias para cada doença. Com o tempo irei ilustrar com fotos próprias ou autorizadas.

Referências:
– Complete guide to orchids – Miracle-gro USA
– Dendrobium nobile – Plants rescue – USA
– Diseases of Dendrobium Orchids – Charmayne Smith – Garden guides

Problemas de la orquídea Dendrobium – Yashekia King
Fungus on Dendrobium Orchids – Renee Miller Demand Media
– Diseases of Dendrobium Orchids – Audrey Stallsmith –
Demand Media
– Pests and Diseases – James Watson
– The control of the fusarium wilt of orchids – G.D. Palmer – eHow contributor
– Black rot – Pythium and Phytophthora – St. Augustine Orchid Society
Yellow spot and blight of dendrobium leavesJanice Y. Uchida Department of Plant Pathology University of Hawaii
– Phyllosticta Leaf Spot – Susan Jones – American Orchid Society
– Levantamento e desenvolvimento de kit diagnóstico de patógenos e propagação
in vitro de orquídeas no estado do Rio de janeiro – Everaldo Hans Studt Klein – Instituto de Biologia
– Black Rot of Orchids Caused by Phytophthora cactorumand Phytophthora palmivora
in Florida – R. A. Cating and A. J. Palmateer, Tropical Research and Education Center, University of Florida
– The best fungicide for orchids – Victoria Lee Blackstone
– Doença de orquideas – Professor João Araújo – Agrônomo da UFRJ
– Aspectos de fungos fitopatogênicos em plantas ornamentais e seu controle – Leila Nakati Coutinho
– Cercosporiose em orquídeas – Planta Sonya
– Orchid Culture – Diseases, Part 2 – The Flagrant Fungi – Sthepen Batchelor
– Sclerotium rolfsii – Nuevo patógeno de orquídeas para la República Argentina / Maria Galmarini, Maria cabrera, Eduardo Flachsland
– Epidemiologia de las enfermedades fungosas em orquideas – Ing. German Rivera Coto M.Sc. – Fitopatólogo de la UNA – Argentina

Dendrobium nobile – Olho de boneca

Dendrobium nobile comum

Dendrobium nobile olho de boneca

Nome científico: Dendrobium nobile
Nomes populares: Dendróbio, olho de boneca
Família: Orchidaceae
Clima: Subtropical, tropical, tolerando também climas temperados e diferentes alturas e temperaturas.
Origem: Sudoeste da Ásia, principalmente Índia, sul da China, Vietnam, Tailândia, Burma, Butão, Nepal, Birmânia.
Altura: 30 – 60 cm
Luminosidade: 30% a 50% de sombreamento. Excesso de luz mostram folhas mais amareladas. Já a deficiência gera folhas verde escuras.

Dendrobium pequeno

Híbrido com flores pequenas

Ciclo de Vida:  Perene
Descrição
: O Dendrobium nobile é uma orquídea epífita, simpodial, que forma pseudobulbos eretos, sulcados, relativamente grandes, com nós e entrenós bem distintos. As touceiras atingem 50-60 cm de altura . As folhas são ovais-oblongas com até 10 cm de comprimento e 2-3 cm de largura, estando inseridas nos nós, saindo de lados alternados. As hastes florais são curtas e geram de 1 a 3 flores. Estas com 6 – 7 cm de diâmetro. Possuem uma cor lilás claro, com labelo quase branco e um círculo escuro no centro, surgindo daí o nome popular “olho de boneca”. As flores também surgem dos nós, tem aroma agradável e uma duração aproximada de um mês. Surgem na primavera. Podem formar cápsulas com milhares de sementes.Pelo intenso processo de hibridação é imensa a variedade de cores: rosadas, brancas, amarelas, alaranjadas, verdes, vermelhas, lilases. Assim sendo foi amplamente difundida, sendo uma das flores mais populares do mundo. Não florescem nos pseudobulbos novos, mas naqueles desenvolvidos no ano anterior. Mas muitos híbridos quebram esta regra.
Local de cultivo: Planta muito decorativa, podendo ser usada em exteriores pendurada em árvores. Nas palmeiras se dão muito bem. No caso de vasos, tanto os de plástico como os de barro podem ser usados. Não precisam ser muito grandes em diâmetro (regra geral para todas as orquídeas) nem muito profundos. Importante é terem boa drenagem.

Dendrobium amarelo

Híbrido amarelo

Substrato: Indica-se misturas com cascas, carvão, fibras, entre tantos substratos. Particularmente uso só brita, precisando ficar atento à irrigação e adubação.
Água: Irrigar quando o substrato estiver seco. No verão pode-se molhar mais. Durante o inverno, quando a planta está em repouso, molhar bem menos. Inclusive isto ajuda na floração pois o Dendrobium precisa, no repouso, de um período seco, aliado a baixas temperaturas. Claro que quando o cultivo é exterior, não coberto, não será possível controlar adequadamente a irrigação assim como também a temperatura.
Temperatura: Varia de 10ºC a 30ºC. Os híbridos são muitíssimo fortes, suportando variações de temperatura desde 0º até 40ºC.

Híbrido branco

Híbrido branco

Adubação: Sugiro a que venho usando satisfatoriamente.
Química: Primavera: 1 g/l fórmula 30-10-10
                  Verão: 2 g/l fórmula 30-10-10
                  Outono: 1 g/l fórmula 10-30-20 alternado com 30-10-10
                  Inverno: 0,5 g/l fórmula 10-30-20
As aplicações são feitas a cada 15 dias aproximadamente, pulverizadas principalmente nas raízes. Caso falte o tipo de fórmula indicada, uso a mais próxima.
A fórmula 30-10-10 é indicada para o crescimento, quando começam a surgir brotos e folhas. Na fórmula 10-30-20, o nível maior de P é para formar raízes abundante e fortes. O potássio aumenta a resistência à doenças além de acelerar o crescimento e melhorar a qualidade das flores. Se for mais conveniente para a pessoa, pode-se fazer as aplicações, nas quantidades indicadas, com a fórmula   20-20-20.
Organomineral: Composto de torta de mamona aliado a rochas basálticas moídas. Também usa-se o Bokashi e um composto à base farinha de ossos, torta de mamona e cinzas.

Dendrobium pink 2

Híbrido pink

Propagação: Multiplica-se por divisão da planta e por mudas que surgem nos pseudobulbos. Estas mudas são chamadas “keikis”, que na linguagem havaiana significa bebê. O porque do surgimento dos keikis está relacionado a vários fatores: genético, luminosidade, mudanças hormonais, excesso de Nitrogênio na adubação, danos radiculares ao reenvasar e podridões nas raízes. Se não se tem interesse nos Keikes podemos arrancá-los ao qualquer hora. Mas é uma forma de multiplicação boa, sendo que a nova planta sairá igual a planta mãe (reprodução assexual). Os keikis se desenvolvem rapidamente uma vez que tem todos os nutrientes necessários no pseudobulbo. Antes de retirá-lo para colocar em um novo vaso (este deve ser pequeno), aguarde até as raízes estarem com uns 8 cm.
Pode-se estimular a produção de keikis ao colocar em uma bandeja com brita, estacas com 3 a 4 nós. São estimuladas a produzir brotação e enraizar com aplicações semanais de uma solução com 1g de uréia / litro de água.
Já por divisão, a planta deve ter de 6-8 pseudobulbos, sendo que a muda precisa ter 3 pseudobulbos no mínimo. O ideal é fazer este tipo de divisão quando realmente houver necessidade pois o Dendrobium gosta de formar grandes touceiras. Subdividir demais enfraquece a planta. O procedimento sempre é feito depois da floração, quando começam a lançar brotos basais e novas raízes, deixando o substrato seco nos primeiros dias.
Pragas, doenças e outros problemas: Por ser tema muito extenso e complexo será exposto em postagem separada. Além de que muitas pragas e doenças atacam vários gêneros de orquídeas. Mas neste momento, apenas como citação, fica indicado os principais agentes causadores destes problemas.
Fungos : Mofo cinzento (Botrytis), Canela seca (Fusarium), Phyllosticta, Antracnose (Colletotrichum), Podridão negra (Phytophthora), Podridão das raízes (Rhizoctonia) além de ferrugens.
Bactérias: Mancha marrom (Acidovorax cattleya), Podridão mole (Erwinia carotovora)
Vírus : Não é significativo para Dendrobium
Pragas : Ácaros, pulgões e cochonilas são as piores. É bom ficar atento também com caramujos e lesmas.

Dendrobium magenta

Híbrido magenta

Outras considerações:
– A queda de folhas é normal no início da primavera. Mesmo que apresentem algum fungo, não é motivo para preocupação.
– O período mais sensível ao ataque de pragas, como o pulgão, ocorre quando da brotação e formação de botões florais.
– Algumas dicas de controle natural de pragas:
Camomila – Em 1 litro de água colocar em infusão 200g de flores. Mata pulgões.
Arruda – Folhas em infusão repelem pulgões e percevejos.
Orégano Combate cochonilhas em infusão com 2 colheres de sopa / litro.
Calêndula – Repele as formigas (que levam pragas para o orquidário).
Alamanda – Combate pulgões pulverizando o chá sobre a planta.
Óleo de neem – Combate pulgões, lagartas e cochonilhas, além de fungicida.
Fumo – A solução pulverizada é mortal para pulgões.

Híbrido lilás claro

Híbrido lilás claro

Referências:
– Olho de boneca – Raquel Patro / Jardineiro.net
Care Instructions for Dendrobium Nobile – Jiro Yamamoto
The Dendrobium Orchid – Landscape and garden
– Complete guide to orchids – Miracle-gro USA
– O grande livro das orquídeas – On line Editora
– Orquídeas – Valério Romahn
– Dendrobium nobile – Plants rescue – USA
– orquídea olho de boneca – Alexandre Panerai / Estágio no sítio dos herdeiros
– Dendrobium nobile – Most beautiful orchid – Jungle Rebel
– Curso “Cultivo de orquídeas” – UFSC – Eng. Agr. Giorgini Venturieri
– Dendrobium keiki – What causes them to appear? – Ricardo Valentin
Orchid Keikis – Everything orchids
– D
iseases of Dendrobium Orchids – Charmayne Smith – Garden guides
– Dendrobium Orchid Care: The Basics –
Ryan Levesque
Colecionando Dendrobium – Maria Lucia Alvarenga Peixoto
Problemas de la orquídea dendrobium – Yashekia King
Fungus on Dendrobium Orchids – Renee Miller Demand Media
– Diseases of Dendrobium Orchids – Audrey Stallsmith –
Demand Media
– Pests and Diseases – James Watson
– The control of the fusarium wilt of orchids – G.D. Palmer – eHow contributor
– Black rot- Pythium and Phytophthora – St. Augustine Orchid Society

Yellow spot and blight of dendrobium leavesJanice Y. Uchida Department of Plant Pathology University of Hawaii
– Phyllosticta Leaf Spot – Susan Jones – American Orchid Society
– Levantamento e desenvolvimento de kit diagnóstico de patógenos e propagação
in vitro de orquídeas no estado do Rio de janeiro – Everaldo Hans Studt Klein – Instituto de Biologia

Adubação de orquídeas com pó de basalto

DSC04758

Pó de basalto + torta de mamona

O que é pó de basalto

Por todo o mundo os solos vulcânicos são reconhecidos como de excepcional fertilidade e produtividade. Possuem grande riqueza mineral que foram se acumulando ao longo dos séculos. O basalto é uma rocha de origem vulcânica, de cor escura e muito abundante no sul do Brasil, onde tem sido muito usada na construção civil. Quando industrialmente triturada até virar pó, pode também ser um excelente fertilizante. O pó de rocha não é agressivo ao ambiente, dissolvendo-se com certa rapidez pela ação bactérias e fungos, agindo como regenerante do solo.

Os basaltos são naturalmente formadores de solos e sua trituração e incorporação é uma aceleração deste processo de transformação. É uma matéria-prima de fácil exploração, contribuindo para uma agricultura sustentável. Este conhecimento não é novidade mas recentemente vem sendo incrementado no Brasil (especialmente no RS e SC) além de vários outros países (principalmente na Europa).

Utilização

O solo é a camada mais externa da crosta terrestre, sendo um material friável formado pela decomposição das rochas. Isto ocorre pela ação do clima (chuvas, ventos,temperatura) aliado a atuação de organismos vivos (fungos, bactérias, líquens, etc). Esta fragmentação da rocha em partículas finas é a parte mineral do solo. Também é formado por outras partes: ar, água e a matéria orgânica (fruto da decomposição vegetal e animal). Pelas diferentes proporções destas partes (conjuntamente com o clima, vegetação e topografia) temos os mais variados tipos de solo.

Assim sendo, o solo é algo muito vivo e dinâmico. Os equilíbrios existentes fazem do solo algo muito complexo. Daí a importância de um manejo correto, evitando a degradação, exaustão e desequilíbrio químico. Toda a vida vegetal e animal desenvolve-se a partir do solo, dependentes de sua fertilidade. E é neste sentido que a incorporação de rocha moída ganha importância.

O basalto tem uma riqueza mineral impressionante. Além disto tem a capacidade de recuperar solos que foram empobrecidos pela erosão, lixiviação e pela retirada contínua de nutrientes pela exploração agrícola. Normalmente, as adubações preconizadas utilizam principalmente NPK, desequilibrando o solo em micronutrientes, que são fundamentais para a saúde da planta e de quem a consome. Isto afeta todas as cadeias biológicas de uma região. Um outro fator importante refere-se a forma de liberação dos nutrientes pelo pó de basalto, que ocorre lentamente gerando efeito residual maior.

DSC04754

O pó de basalto aumenta o desenvolvimento radicular

Plantas que recebem a adubação de basalto tem um desenvolvimento radicular maior, o que propicia mais eficiência na aborção de nutrientes. Isto tem um impacto altamente positivo para a planta, tornando-a mais resistente a pragas e doenças, aumentando a capacidade fotossintética e a produtividade em geral. A aplicação tanto pode ser feita para grandes lavouras como para canteiros domésticos, vasos e floreiras.

Orquídeas e o pó de basalto

O melhor aproveitamento do pó de basalto, na adubação de orquídeas, ocorre quando é misturado meio a meio com torta de mamona. A mamona é um dos mais ricos adubos orgânicos e também ajuda no combate a pragas e fungos. Utilizo uma colher de sopa da mistura a cada 3 meses, colocando em um canto do vaso. Existem empresas que industrializam este adubo, inclusive misturando tipos diferentes de rochas, sendo o basalto a principal. É conveniente que a torta da mamona em seu beneficiamento seja livre de substâncias químicas, o que garante a qualidade.

O aspecto que mais me impressionou foi a formação abundante de raízes (presença de Silício nas rochas). E sabe-se que o sistema radicular é vital nas orquídeas. É através das raiz e seu velame que os nutrientes são absorvidos. É bom deixar claro que a adubação foliar gera aproveitamento muito reduzido. O direcionamento principal tem de ser as raízes. As folhas também adquirem um verde mais vivo, a incidência de ataques fúngicos diminui e os brotos parecem mais vigorosos. É claro que minhas constatações carecem de estatística e rigor científico. Muitos fatores precisariam ser isolados. Por exemplo, tenho aplicado a cada 15 dias, uma solução pulverizada de uma infusão de cascas de cebola, alho picado e canela. Isto pode também estar contribuindo pela diminuição de podridões, manchas, etc. Mas, de qualquer forma, vou continuar testando esta mistura de mamona e pó de rocha. Inclusive vejo efeitos benéficos em outras plantas também.

Para ilustrar o poder nutricional da mistura, a torta de mamona possui de 4,5% a 6% de N, 0,7% a 1% de P e 1% de Potássio, além de alguns outros nutrientes como Ca, Mg, Cu e Zn. Já o pó de rocha é riquíssimo em micronutrientes como o Silício, Magnésio, Enxofre, Cálcio, Manganês, Ferro, Cobalto, Cobre, Zinco, Molibdênio, entre tantos outros.
DSC04755

Referências

Pó de Rocha: Tecnologia de ponta – Antonio Weber – Blog Estágio sitio dos herdeiros
– Site da empresa Bonsolo
– Nutrição mineral: Conceitos básicos e avanços em nutrição e fertilização – Donizetti T. Rodrigues
– Adubação com pó de rocha é barata e ecologicamente correta – Epagri SC
– Um adubo ecológico
e nutritivo – FolhaSete on-line
– Efeito da torta de mamona como nematicida na produção de mudas de café orgânico – Janaina Lisboa , Waldênia Moura, Paulo César Lima , Rosângela Oliveira , Naylor Aguiar , Josete Pertel e Poliane Ribeiro
– Adubação orgânica – Agência Embrapa de informação tecnológica
– Rock Dust Primer –  Remineralize the Earth
– Gaia Green Glacial Rock Dust – Canada
– Why Rock Dust Is the Future of Gardening – Natural vitality
– Análise química de pó de rocha do basalto Apoteri – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Valdinar Ferreira Melo,
Sandra Cátia Pereira Uchôa, Flávio de Oliveira Dias, Gilvan Ferreira Barbosa
– Avaliação de teores químicos na torta de mamona – Revista de biologia e ciências da terra – Volume 4, Número 2 , 2º Semestre 2004

DSC04756

Adubação em orquídeas

BLC em plena floração

BLC em plena floração

O que é adubação

Adubação é a prática que visa repor os nutrientes que são retirados do solo pelas plantas e pela lixiviação. Em ambientes naturais existem sistemas bastante complexos que mantém o equilíbrio da fertilidade, pela decomposição da matéria orgânica e a participação de diversos organismos. Quando cultivamos plantas em ambientes restritos, como vasos ou outros recipientes (caso das orquídeas), precisamos tratar com muita atenção o tema adubação. Se não forem fornecidos nutrientes a esta planta, que está fora de seu habitat, seu desenvolvimento ficará muito prejudicado.

Basicamente, os adubos são de dois tipos: orgânicos e inorgânicos. Os primeiros são oriundos de material vegetal ou animal, tendo o Carbono como componente essencial em sua estrutura. Os inorgânicos procedem de componentes minerais ou são sintetizados industrialmente, na forma granulada ou líquida, com os teores definidos de cada nutriente. Não contém Carbono em sua estrutura.

O processo da absorção

A absorção de nutrientes é um processo pelo qual a planta incorpora tais elementos pela sua estrutura radicular ou foliar. Vários complexos mecanismos participam desta assimilação mineral a partir da solução do solo. Os nutrientes só podem ser absorvidos na forma iônica ou molecular. Nenhum nutriente é absorvido na forma orgânica. Precisam passar primeiro por uma etapa chamada mineralização, quando então poderá ser solubilizado, ou seja, incorporado à solução do solo.

As quantidades de cada nutriente absorvido ocorrem de acordo com a necessidade requerida para o desenvolvimento da planta. Após sua absorção cada nutriente é direcionado para os diferentes órgãos (processo chamado de translocação) via xilema (que são os vasos condutores da seiva bruta). Já a seiva elaborada é distribuída por outro conjunto de vasos chamados floema.

Vários fatores afetam a disponibilidade dos nutrientes no solo e outros substratos. Entre eles, destacam-se :
– 
aeração : O oxigênio é essencial nos processos biológicos oxidativos que geram energia para as células das raízes.
– 
temperatura : A temperatura do solo ou substrato tem um efeito nas atividades metabólicas das raízes e também afeta a mobilidade dos íons na solução do solo. Em temperaturas muito baixas, a absorção dos nutrientes sofrerá drástica redução.
– 
pH : A ionização dos minerais depende da concentração de hidrogênio na solução. Condições muito ácidas ou alcalinas inviabilizam a maioria dos cultivos. Não apenas na quantidade de nutrientes absorvidos mas também no tipo de íon. Por exemplo, o Fósforo é absorvido preferencialmente como H2PO4 , mas em ambientes alcalinos disponibiliza-se como H3PO4, o que não é favorável para a absorção.
– 
Matéria orgânica : Aumenta a capacidade de retenção de água , o que melhora a exploração do substrato pelas raízes.
 Idade das folhas e raízes : As raízes e folhas novas são mais eficientes para a absorção. Folhas velhas amareladas podem ser um indicativo deste fato (apesar que também pode ser falta de Nitrogênio).
– 
Luz : A luz determina uma maior ou menor abertura de estômatos para que os nutrientes possam ser absorvidos. Assim, as condições de luminosidade devem ser as mais próximas possíveis do ideal para as espécies que estamos cultivando.
– 
Umidade: A planta bem hidratada tem flexibilidade para abrir e fechar os estômatos. Enquanto uma planta desidratada praticamente não absorve nutrientes.

Formas preferenciais de absorção de nutrientes

Nitrogênio: Nitrato NO3– / Amônia NH4Fósforo : H2PO4– / HPO4– Potássio : K+
Cálcio :Ca++ Magnésio : Mg++ Enxofre : SO4– Boro : H3BO3 /H2BO3 Cloro : Cl
Cobre : Cu++ Ferro : Fe+++ Fe++ Manganês : Mn++ Molibdênio : MoO4— ZincoZn++

Tipos de adubos para orquídeas

Orgânicos : Vários produtos são utilizados nesta categoria de adubo. Os principais são as tortas de mamona, farinha de ossos, cinzas e estercos. Em geral são feitas formulações com alguns destes componentes. Uma bem conhecida tem 4 partes de torta de mamona, 2 partes de farinha de ossos, 1 parte de cinzas. Existem também formulações que fazem fermentações da matéria orgânica, chamadas “Bokashi” com vários tipos de componentes. Também pedras basálticas moídas junto com mamona tem sido testado recentemente. De qualquer forma, todos os adubos orgânicos liberam lentamente os nutrientes uma vez que precisam ser mineralizados para poderem entrar na solução do solo e serem absorvidos pelas raízes. Assim sendo, cada vaso deve receber 1 colher de sopa rasa a cada 3 meses. Algumas desvantagens desta forma de adubação é a acidificação do substrato com o tempo e a formação de ambiente atrativo para pragas e doenças.

adubo organomineral

Maxilaria picta : adubo organomineral – 1 colher de sopa colocada em um canto do vaso

Inorgãnicos : Também conhecidos como adubos químicos, seus componentes tem origem mineral ou derivados do petróleo. Como exemplo, pode-se citar os fosfatos, os carbonatos, cloretos entre outros. Como os nutrientes apresentam-se na forma iônica, a absorção é muito rápida. Assim, sua aplicação nas orquídeas deve ser mais frequente e em quantidades menores. São apresentados em formulações NPK , alguns com a inclusão de micronutrientes. Os adubos químicos usados normalmente na agricultura não servem para as orquídeas. É preciso formulações específicas.

Pulverizador

Pulverizador manual ideal para orquidários caseiros

Formas de adubar

Existem muitas pesquisas sobre as necessidades nutricionais em orquídeas. Assim como recomendações e formas de adubar. Mas é principalmente no tipo, na frequência e nas dosagens onde aparecem as maiores diferenças. Referente a adubação química, nos EUA, alguns aconselham adubar toda a semana (método “weakly weekly”) com quantidades variando de 25% a 50% do indicado no rótulo. Isto por 3 semanas. Na 4ª semana não aduba-se mas o substrato é lavado com água para eliminar eventuais excessos de sais oriundos das prévias pulverizações. Outros recomendam 1 vez por semana com a indicação máxima. Usando esta estratégia, o substrato precisa ser lavado mais frequentemente. Ainda alguns acham que o correto é adubar uma única vez por mês com a quantidade máxima sugerida pelo fornecedor do adubo. E fala-se até em adubações diárias com diluição 20 vezes menor que a indicada.

Afinal, o que é melhor? Primeiro é bom considerar que precisamos dar as condições mais próximas possíveis do ideal para o gênero de orquídeas que estamos cultivando. É preciso definir em que estágio de desenvolvimento a planta se encontra, a época do ano ou até mesmo as preferências do orquidófilo. Adubar toda a semana no inverno, por exemplo, será um exagero e desperdício.

O fertilizante melhor é aquele que contém NPK na proporção adequada à fase de desenvolvimento da orquídea. O nitrogênio é responsável pelo crescimento, gerando folhas e brotos vigorosos e verde exuberante. O fósforo estimula o crescimento das raízes, florescimento e formação de sementes. O potássio aumenta a resistência à doenças e melhora a qualidade dos frutos, tendo um efeito visual semelhante à aplicação de fósforo, ou seja, folhas mais verde escuras e flores de melhor qualidade.

As formulações que encontramos no mercado para orquídeas geralmente estão na proporção 1:1:1 (como a 20-20-20 ,10-10-10 ou 5-5-5), 3:1:1 (30-10-10) ou 1:3:2 (10-30-20) ou alguma outra. É bom ler o rótulo para ver se o produto contém micronutrientes, cuja importância já foi enfatizada em postagem anterior. É preciso que tais elementos sejam fornecidos. A aplicação destas formulações são sempre em diluição em água , de forma foliar e radicular. É importante salientar que os estômatos estão na parte inferior das folhas e que seu aproveitamento é limitado (pesquisas constatam que não passa de 10%). A absorção preferencial ocorre pelas raízes.

Existem também NPK granulados de liberação lenta (Osmocote, por exemplo). Cada grânulo demora 4-6 meses para a completa liberação dos nutrientes. Caso utilizados são aplicados no início da primavera.

Não se pode deixar de considerar a espécie da orquídea que estamos cultivando Algumas como as Vandas são ávidas por Nitrogênio. Os Cymbidiums não florescem ou tem qualidade inferior caso as adubações com ênfase no N (30-10-10) não sejam feitas no momento certo, qual seja, início da primavera. Os Dendrobiuns para florirem precisam ter respeitados seus períodos de repouso, sem adubação ou adubação mínima. E assim por diante.

Esquema de adubação

A melhor forma de adubar orquídeas adultas leva em consideração a fase de desenvolvimento da planta, quais sejam : floração, repouso, brotação e pré-floração.
– 
Floração : É o período mais exuberante onde as flores estão abertas. Não há necessidade de adubação ou, caso seja feita, precisa ser bem diluída.
– 
Repouso : Recomendação similar a anterior.
– 
Brotação : É o início de um novo ciclo, quando surgem novos brotos e raízes. O elemento mais exigido é o N, justificando a aplicação da fórmula 30-10-10 quinzenalmente.
– 
Pré-floração : Quando surgem as espatas ou outra evidência de que os botões florais irão se formar. Para fortalecer a floração, maiores quantidades de K e P são exigidos. Assim a fórmula 10-30-20 pode ser adotada quinzenalmente.

Início repouso

Brassolaeliocattleya no início do período de repouso, quando as flores recém caíram

Segundo Darly Machado de Campos, reconhecido orquidófilo e pesquisador, em orquidários caseiros é difícil proporcionar uma adubação levando em conta as fases de desenvolvimento da orquídea pois geralmente há várias espécies sendo cultivadas no mesmo espaço. Desta maneira, as fases ficam misturadas. Uma saída seria tentar separar as plantas por fases, critério que pode não ser tão eficiente. Uma outra possibilidade seria o uso de um adubo equilibrado, como o 20-20-20, durante todas as fases.

Já o Eng. Agr. Giorgini Venturieri da UFSC, na apostila do curso “Cultivo de orquídeas”, recomenda uma adubação em função da época do ano. Inclusive este é o esquema que estou usando atualmente aliado a uma adubação organomineral. Assim sendo:
– Químico: Primavera: 1 g/l fórmula 30-10-10
                    Verão: 2 g/l fórmula 30-10-10
                    Outono: 1 g/l fórmula 10-30-20 alternado com 30-10-10
                    Inverno: 0,5 g/l fórmula 10-30-20
As aplicações são feitas a cada 15 dias aproximadamente, pulverizadas principalmente nas raízes. Caso falte o tipo de fórmula indicada, uso a mais próxima.
A fórmula 30-10-10 é indicada para o crescimento, quando começam a surgir brotos e folhas. Na fórmula 10-30-20, o nível maior de P é para formar raízes abundante e fortes. O potássio aumenta a resistência à doenças além de acelerar o crescimento e melhorar a qualidade das flores.
– Organomineral : Composto de torta de mamona aliado a rochas basálticas moídas. Mas quanto a este adubo farei uma postagem exclusiva.

Início brotação

Laelia purpurata – início da brotação

Informações adicionais

– Molhar as orquídeas antes de adubar é uma boa prática pois propicia uma absorção melhor dos nutrientes. Segundo afirmações de vários cultivadores nos USA, as raízes das orquídeas são muito sensíveis aos sais presentes no adubo. Sempre ficam resíduos no pote e no substrato e uma irrigação preliminar limpa tais acúmulos evitando a presença excessiva destes sais na solução a ser absorvida.
– As raízes são preferenciais durante a pulverização. A absorção foliar é muito reduzida. Inclusive, se em função da umidade do ar, a evaporação for muito lenta, o tempo em que as folhas ficam molhadas podem criar condições propícias a podridões e infecções. Logo é preciso ponderar entre os benefícios e os riscos potenciais de molhar as folhas.
– No caso das Phalenopsis não se deve molhar a região central (coroa) pois é especialmente sensível ao apodrecimento.
– Quando são utilizadas cascas ou materiais orgânicos, ocorre uma decomposição destas através de microrganismos que usam grande quantidade de N neste processo. Assim, sobra menos quantidade deste nutriente para planta. Isto significa que orquídeas com substrato baseado em cascas necessitam mais N do que aquelas em outros substratos. O mercado oferece fórmulas estimulantes ricas em Nitrogênio. No entanto, pesquisas nos EUA indicam que fórmulas muito concentradas em Nitrogênio podem atrasar ou impedir a floração, dependendo do substrato que é utilizado. O tema, em relação e estes “super adubos” é bastante polêmico e divide opiniões. Estudos recentes na Michigan Sate University sugerem que a eficiência da floração ocorreria pela relação do N com o nível de Fósforo.

Referências

– What are Inorganic Fertilizers? – Dirk Huds/ ehow
– 
Absorption of water and nutrients by roots – Plants in action – University of Queensland Australia
– Absortion of mineral nutrients – Plant cell biology
– Malavolta, E. Manual de química agrícola: Nutrição de plantas e fertilidade do solo. São Paulo 1976.
– Water Quality and Fertilizer – Sue Bottom, St. Augustine Orchid Society USA
– Dinâmica de nutrientes no sistema solo–planta visando boas práticas para uso eficiente de fertilizantes – Godofredo Cesar Vitti e Cristina F. Domeniconi
– El boro como nutriente esencial – Univerisdad Politécnica de Cartagena Colombia
– Best of Growing Edge – Samuel Faulkner – USA

– 
Adubação de Orquídeas – Marcus V. Locatell
– Adubos Orgânicos e Inorgânicos – Jennifer Fogaça
– Curso UFSC: Cultivo de orquídeas – Eng. Agr. Giorgini Venturieri
– Complete Guide to Orchids – Miracle-gro – USA
– Adubação de orquídeas – Iran H.D. Quadros
– 
Seaweed Fertilizer for Orchids – Judy Kilpatrick – Home guides / Demanda Media
– Do Orchids Like Potassium?
  – Ashley Mackenzie / Demand Media
– Manual prático de nutrição – Darly Machado de Campos
– Fertilizer Basics  – First Rays Orchids Website
– Everything You Need To Know About Orchid Fertilizer 
– Ryan Levesque

Pré-floração

Brassolaeliocattleya em fase adiantada de pré-floração

Deficiências nutricionais em orquídeas

Nem sempre é fácil definir com clareza os sintomas de deficiência de algum nutriente, pois muitas vezes são confundidos com os sintomas de doenças. Saber distinguir requer conhecimento, paciência, muita prática e intercâmbio com outros orquidófilos. Por isto o estudo sobre adubação e fertilizantes é tão importante pois o objetivo é termos plantas saudáveis e resistentes.

O assunto pode ser um tanto indigesto para pessoas que não estão habituadas com esta área mas seguramente, ao continuar o cultivo de orquídeas, irão se deparar com estas questões e precisarão pesquisar.

A função dos nutrientes tanto quanto o sintoma de deficiência são semelhantes para a maioria dos vegetais, respeitando as particularidades de cada espécie. Muitas das deficiências apresentadas a seguir são mais raras em orquídeas, mas ficam as informações.

Sintomas visuais de deficiência

Nitrogênio
São dois os sintomas principais – clorose nas folhas e diminuição do crescimento da planta. A clorose é um amarelecimento foliar, ocorrendo de forma uniforme, inicialmente nas folhas mais velhas (no caso das orquídeas, as traseiras). Esta cor amarelada começa na extremidade da folha indo em direção ao pseudobulbo. A diminuição do crescimento é decorrência de menor síntese proteica, afetando a produção de clorofila, gerando atrofiamento da planta, dormência das gemas e folhas menores. Por outro lado, o excesso de Nitrogênio pode atrasar e até impedir o florescimento.

Deficiência de N em orquídea

Deficiência de N em orquídea

Fósforo
Cor das folhas – Ficam verde escuro arroxeadas ou avermelhadas (pela presença de antocianina), pouco brilho.
CrescimentoProvoca gemas dormentes, desenvolvimento lento e reduzido, dando uma aparência fraca para a planta. Também as raízes crescendo menos atrasam a maturidade.
Floração – A produção de flores é reduzida com perda prematura.

phosphorous deficiency grape

Deficiência de P em videira

Potássio
Depois do N, o potássio é o segundo elemento mais encontrado no tecido das plantas. Os sintomas de deficiência começam nas folhas mais velhas, ficando amareladas e necrosadas. A morte destes tecidos ocorre nas pontas e margens das folhas, tomando a cor marrom escuro como se tivesse sido queimada. Surgem pintas nestas folhas podendo também apresentar aspecto enrolado. As folhas novas também são afetadas com uma clorose entre as nervuras. Diante deste quadro, a planta enfraquece e fica suscetível ao ataque de patógenos.
Já o excesso de K leva à deficiência em Magnésio. Altos níveis de Ca também causam deficiência de Potássio.

potassium_deficiency_soybean

Deficiência de K em soja

Cálcio
Estudos recentes indicam que o Cálcio tem uma função na saúde da planta muito maior do que se supunha. Sua deficiência afeta aqueles tecidos onde ocorre crescimento : raízes, brotações e folhas, além de produzir uma aparência atrofiada.
Raízes – Ficam com crescimento reduzido, podendo sua parte apical apresentar aspecto gelatinoso. A morte começa pelas pontas.
Brotos – As gemas que começam a desenvolver-se entram em dormência e acabam morrendo.
Folhas – Por suas pontas deixarem de crescer acaba gerando uma deformação típica. Também podem aparecer nas folhas manchas negras ou margens amareladas. Entre as nervuras surge uma coloração amarelada que em casos sérios culmina em necrose.

deficiência de cálcio

Deficiência de Ca em orquídea

Magnésio
As folhas (começando pelas mais velhas) apresentam clorose entre as nervuras, ou seja, as nervuras permanecem verdes mas entre elas fica amarelado, muitas vezes avermelhado. Ocorre também o enrolamento das margens das folhas e suas pontas ficam amarelo esbranquiçadas, culminando com o desfolhamento.

084841 7804 magnesium deficiency in raspberry

Deficiência de Mg em framboesa

Enxofre
Ocorre um amarelecimento uniforme, mais intenso nas folhas novas, podendo eventualmente ter nuances alaranjadas ou vermelhas. As margens das folhas enrolam-se, terminando em desfoliamento. Já o excesso de S pode gerar uma clorose entre as nervuras.

Sulphur Deficiency Corn

Deficiência de Enxofre no milho

Ferro
A deficiência é indicada pela cor pálida das folhas novas seguidas de amarelecimento. As nervuras ficam mais largas de cor verde escuro e o espaço inter nerval fica esbranquiçado com possível necrose. O excesso de ferro gera manchas escuras nas folhas.

citrusiron deficiency

Deficiência de Fe em citrus

Manganês
As folhas manifestam uma clorose com uma rede de nervuras verdes (parecendo mais grossas). Podem surgir manchas necróticas pequenas. Os sintomas são muito parecidos às deficiências de Ferro, sendo que no caso do Manganês as pequenas nervuras também permanecem verdes, dando a impressão de uma renda. Na deficiência de Ferro a clorose é mais clara, esbranquiçada.

manganese soybean deficiency

Deficiência de Mn em soja

Boro
A falta de Boro é similar a deficiência em Cálcio, mas no caso do Boro não deixa de lançar brotações. O crescimento fica todo irregular. Nas diferentes regiões da planta, os sintomas são os apresentados abaixo.
Folhas: Engrossamento de folhas novas, podendo enrolar-se e ficar quebradiças.
Brotações:Morte dos brotos e do meristema apical das gemas em desenvolvimento.
Raízes: Engrossamento das pontas e morte. Também podem ficar descoloridas, rachadas e como manchas marrons.
Flores: Pétalas, sépalas e o labelo não se formam completamente, além de poder não ocorrer a floração.

Já o excesso de Boro pode ocasionar a queima das margens das folhas, onde há acúmulo desse nutriente.

boron deficiency tomatoe

Deficiência de B em tomateiro

Zinco
Afeta folhas, brotações e entrenós, além de sua falta gerar deficiência em Ferro.
Folhas : Possuem manchas amareladas e irregulares. As folhas novas são de tamanho pequeno com clorose entre as nervuras.
Brotações : É intensa, com posterior morte das gemas.
Entrenós : Ficam curtos, pelo crescimento limitado dos tecidos

zincdeficiencygrape

Deficiência de Zn em videira

Cobre
As folhas novas ficam deformadas, mais estreitas e quebradiças. Nas pontas ocorre clorose, caindo na sequência. Também as raízes são afetadas, reduzindo o crescimento.

copperdeficiencycitrus

Deficiência de Cu nos citrus

Molibdênio
Os sintomas afetam tanto as folhas novas como as velhas . Estas tem suas bordas amareladas, pontos escuros necróticos e manchas verde-amareladas entre as nervuras. Sua deficiência afeta o metabolismo do Nitrogênio.

Molibdeniumdeficiency2

Deficiência em Mb em batata doce

Cloro
Os sintomas de deficiência incluem murcha, tamanho pequeno, clorose e cor bronzeada. Diminuição do aroma das flores. É rara devido a sua abundância. Mais preocupante é o excesso pois o elemento está envolvido com a osmose celular, gera raízes curtas com necrose apical.

chloridedeficiency

Deficiência de Cl em tomateiro

Níquel
Ficou definitivamente comprovado que sua deficiência inviabiliza a produção de sementes, além de efeitos no metabolismo (principalmente do N) e na absorção do Ferro. Outros pesquisadores também afirmam que o Níquel tem funções à nível molecular como cofator para a enzima urease (permite a disponibilização do N). Ainda não se tem um valor ideal para a quantidade em orquídeas. A deficiência causa acúmulo de uréia nas pontas das folhas, evoluindo para a necrose.

nickeldeficiencypecan

Deficiência de Ni em noz pecan

Mobilidade de nutrientes

A mobilidade refere-se a habilidade do nutriente de mover-se dentro da planta após ser absorvido pelas raízes. Isto faz com que as plantas possam relocar os recursos nutricionais. Se a provisão de um nutriente móvel é interrompida, a planta continuará exercendo suas funções , deslocando as reservas deste elemento das folhas velhas. Assim, os sintomas de deficiência de nutrientes móveis são observados primeiro nas folhas velhas. Já para os elementos imóveis e pouco móveis, os sintomas aparecem nas folhas novas e meristemas.

Tabela de mobilidade e ocorrência de sintomas

Nutriente

Mobilidade

Sintomas

N / P / K / Mg

Móveis

Folhas velhas

S / Cu / Fe / Mn / Zn / Mo

Pouco móveis

Folhas novas

B / Ca

Imóveis

Folhas novas

Resumo

A identificação de uma deficiência nutricional torna-se mais complexa porque existem sintomas semelhantes para diferentes elementos, ocorre mais de uma deficiência em um mesmo momento, pode ser confundida com o efeito de pragas, doenças e até mesmo com os sintomas de excesso destes nutrientes. Ser um especialista na área exige tempo. Assim, o resumo abaixo é apenas uma tentativa auxiliar, incompleta e sujeita a modificações de definir uma provável deficiência.

Folhas velhas
a) com clorose

e redução de crescimento da planta………………..Nitrogênio
– e necrose nas pontas e margens / cor marrom escuro/ com pintas / aspecto
enrolado / folhas novas também com clorose entre as nervuras………………..Potássio
– entre as nervuras / enroladas nas margens / pontas esbranquiçadas………. Magnésio
b) sem clorose
– com cor verde escuro arroxeadas ou avermelhadas / pouco brilho / menor crescimento de brotações e raízes / floração reduzida………………………Fósforo

Folhas novas
a) c
om clorose
nervuras:
– largas verde escuras / esbranquiçado entre as nervuras…………………..Ferro
– com aparência de renda / manchas necróticas pequenas…………………Manganês
– com manchas verde-amarelas entre elas / amarelecimento nas margens /pontos
necróticos / sintomas também nas folhas velhas………………………Molibdênio
– com amarelecimento entre elas / manchas amarelas irregulares / brotação intensa
com necrose / entrenós curtos…………………………………………Zinco
margens:
– enroladas / amarelo uniforme c/ nuances laranjas ou vermelhas……….Enxofre
folhas
– com tamanho pequeno e murchas / cor bronzeada……………………..Cloro
b) sem clorose
folhas:
– deformadas / quebradiças / queimadas nas pontas / raízes reduzidas…………Cobre
– quebradiças e enroladas / engrossamento e morte na ponta das raízes /morte
das brotações / má formação de flores ou não formação destas………………Boro

– com pontas necróticas e deformadas…………………………………………….Níquel
– com deformação típica nas pontas / margens amareladas /manchas negras /cor
amarelada entre nervuras / morte das raízes a partir das pontas (aspecto gelatinoso) / dormência e morte nas brotações…………………………..Cálcio

Referências

– Feeding your orchids – Douglas B. Harris / Houston Orchid Society
The symptoms of orchid fertilizer deficiency – Bob Storrs
– Mineral nutrition for slipper growers – Bob & Lynn Wellenstein
– Agrolink – Ecila Maria Nunes Giracca : Eng. Agrª Drª em Ciência do Solo / José Luis da Silva Nunes : Eng. Agrº Dr. em Fitotecnia
– The orchid house – Jerry Bolce / University of Waterloo Canadá
– Plant nutrition f
ame orchids nursery – Thornlands Queensland Austrália
– Nickel nutrition in plants – Guodong Liu / E. H. Simonne / Yuncong Li –
University of Florida / IFAS Extention
A micronutrient essential for higher plantsBrown, Welch and E. E. Cary.
– Nutrição de plantas – Genplant
(grupo de estudos em nutrição de plantas) – UNESP
– Diagnose do estado nutricional das plantas
Valdemar Faquin / Universidade Federal de Lavras MG
The difference between nutrient solubility and mobility – Neil Mattson and Roland Leatherwood/Cornell University, Department of Horticulture
Gardenguides.com – Richard Hoyt
– Orquidário Ilha do desterro – orquidarioilhadodesterro.com.br
– S. Augustine Orchid Society – Florida USA
– Plant physiology – Lincoln Taiz and Eduardo Zeiger
– Zinc deficiency – Ontario grape IPM / Ministry of agriculture of Ontario Canada
– Copper deficiency – The Citrus Sanitation Center of the Obispo Colombres Experimental Station, Tucumán, Argentina.
– Molybdenum deficiency – University of Queesland Australia
– Cultural Management of Commercial Pecan Orchards – Lenny Wells / Kerry A. Harrison / University of Georgia USA

Nutrição em orquídeas

 

orquidea-laelia-4

Laelia purpurata

O que é nutrição?

Nutrição é o mecanismo de obtenção de nutrientes, tanto em animais como em vegetais, para os processos de manutenção da vida. Os animais, neste sentido, são heterotróficos, ou seja, não conseguem produzir seu próprio alimento. Já as plantas são autotróficas, seres que produzem os alimentos que precisam, através do gás carbônico, da luz, da água e dos minerais do substrato.

Quase a totalidade de uma planta é constituída de Oxigênio (O), Carbono ( C ) e Hidrogênio (H). Apenas 5% são nutrientes minerais, os quais são chamados de macronutrientes (aqueles utilizados em quantidades maiores) e micronutrientes ( utilizados em quantidades menores). Como C,H e O são obtidos da água e do ar, apenas os demais elementos, em situações de escassez, irão gerar limites para o bom desenvolvimento da planta, tornando-a suscetível às doenças e pragas.

As orquídeas desenvolveram mecanismos altamente eficientes de absorção de nutrientes como a utilização do velame (tecido esponjoso da raiz) que retém a umidade e seus elementos. Por isto a drenagem é tão importante pois as orquídeas precisam ficar secas entre uma irrigação e outra. Caso isto não ocorra os nutrientes não são concentrados e passados para o interior da planta. Também desenvolveram folhas e pseudobulbos capazes de armazenar nutrientes além de associações com fungos que decompõem a matéria orgânica disponibilizando os nutrientes para as plantas.

Portanto, no cultivo de orquídeas devemos imitar tanto quanto possível as condições de seu habitat natural. Na natureza, as orquídeas recebem um constante fornecimento de nutrientes, de forma lenta e suave, através da água que escorre pelas raízes levando consigo uma “sopa” de elementos oriundos de dejetos de pássaros e animais, materiais depositados pelo vento e substâncias decompostas sob a copa das árvores que as abrigam. As orquídeas terrestres também obtém minerais do solo. Por esta razão, é muito importante adubar regularmente as orquídeas com fertilizantes de alta qualidade e balanceados.

O que são nutrientes?

Nutrientes são os elementos absorvidos pelas raízes das plantas para sua nutrição e metabolismo. Como em nossos orquidários geralmente usamos substratos inertes ou que liberam poucos nutrientes, precisamos aplicar fertilizantes (orgânicos ou químicos) para suprir as necessidades da planta. Os principais são os seguintes:
Macronutrientes – Nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (C), Magnésio (Mg) e Enxofre (S)
Micronutrientes – Boro (B), Cloro (Cl), Cobre (Cu), Ferro (Fe), Manganês (Mn), Sódio (Na), Zinco (Zn), Molibdênio (Mo), Níquel (Ni), Silício (Si), Cobalto (Co)

Funções dos nutrientes na planta

Nitrogênio: É o principal componente de proteínas, hormônios, clorofila, vitaminas, enzimas, ácidos nucléicos e alcalóides. O metabolismo do N é o principal fator no crescimento vegetativo e vital na estrutura da parede celular.
Fósforo: Essencial para a fotossíntese, formação de proteínas, participante fundamental na molécula de ATP, rico em energia, atuante em quase todos os aspectos de crescimento, metabolismo e armazenamento de energia na planta. É vital para o florescimento.
Potássio: Participa da síntese de proteínas e carboidratos, na formação de açúcares e amidos, ativador de enzimas e necessário na divisão celular. Uma das principais funções é o controle de absorção e perda de água (promove a firmeza da planta) através da abertura dos estômatos. Também acentua as cores das flores.
Cálcio: É parte da estrutura das paredes celulares, desempenha importante papel no funcionamento e ativação das enzimas, ajuda no controle da água no interior das células e atua no crescimento e divisão celular.
Magnésio: É importante componente da molécula de clorofila, sendo necessário para o funcionamento de enzimas e na produção de carboidratos, açúcares e gorduras.
Enxofre: Componente da estrutura dos aminoácidos, proteínas, vitaminas e enzimas. É essencial para a produção de clorofila.
Ferro: É necessário para o funcionamento das enzimas, síntese de clorofila e para o crescimento de tecidos jovens. Atua nas reações de ganho (pela fotossíntese) e perda (respiração) de energia, constituinte das cadeias de transporte de elétrons.
Manganês: Envolvido na atividade enzimática para a fotossíntese, respiração e metabolismo do nitrogênio, além da regulação da concentração de auxina (hormônio de crescimento).
Boro: Atua na divisão e crescimento celular, formação da parede celular, na absorção do Cálcio, fazendo parte do processo de transferência de açúcares entre as partes da planta.
Em muitas funções está presente como o florescimento, a germinação do pólen, o desenvolvimento das sementes, a divisão celular, o equilíbrio hídrico e o movimento de hormônios.
Zinco: É um componente das enzimas, atua no funcionamento das auxinas (hormônios de crescimento), além de essencial no metabolismo dos carboidratos e síntese proteica.
Cobre: Atua no metabolismo do Nitrogênio, componente de várias enzimas, além de estar presente nas cadeias de transporte de elétrons. Está concentrado principalmente nas raízes.
Molibdênio: É componente estrutural da enzima que reduz o nitrato absorvido em amônia. Sem isto, a síntese de proteína é bloqueada comprometendo o crescimento da planta, as sementes não se formam completamente e também ocorre deficiência de Nitrogênio.
Cloro: Está envolvido no processo da osmose, o equilíbrio iônico necessário para as plantas assimilarem os elementos minerais. No processo de fotossíntese participa da divisão molecular da água.
Níquel: É importante para a absorção do ferro e é essencial na urease, que permite a utilização da uréia como fonte de N.
Sódio: envolvido nos processos osmóticos e balanço iônico da planta.
Cobalto: É necessário para a fixação do Nitrogênio.
Silício: É componente das paredes celulares. Plantas com bom suprimento de silício formam paredes celulares fortes, tolerantes à seca e com sistema radicular abundante. Existem estudos que sugerem que o silício também aumente a resistência contra fungos.

Referências: 

– Nutrição Mineral: Conceitos básicos e avanços em nutrição e fertilização – Donizetti Rodrigues
– University of Waterloo Canada – Jerry Bolce – The Orchid House
– Complete guide to orchids – Miracle-grow – Ned Nash and Steve Frowine
– Cultivo de orquídeas – Dr Georgini Venturieri – UFSC