|
|
A divisão sistemática (sub-família, tribo, sub-tribo, alianças, grupo, e secção - quando é o caso) da família Orchidaceae brasileira é apresentada com 191 gêneros e 2300 espécies, com desenhos sistemáticos e aquarelas. As informações fornecidas abrangem os estados, países vizinhos e a província onde ocorrem assim como informa o tipo de seu crescimento vegetativo (epífita, terrestre)
e as característica do grupo, aliança ou secção. |
|
Os habitats das orquídeas são divididos em quatro "províncias ecológicas e geográficas" ou regiões climáticas como é explicado no primeiro volume. A primeira província ou província I agrega a maior parte das orquídeas com mais ou menos 60% dos gêneros e espécies existentes. Apresenta clima temperado e no Brasil, abrange a Serra do Mar, nos Andes, a faixa mediana, na Ásia, os contrafortes do Himalaia, as serras da Malaia e da Indonésia. Situa-se em regiões de alta umidade atmosférica. Durante o período de maior calor, estes ambientes são encharcados durante a noite pela chuva e pela neblina (condensação do ar quente e úmido que sabe das planícies ao encontrar o ar frio das altas altitudes) e rapidamente secos com os primeiros raios solares com a brisa e o ar mais seco. No inverno, período de poucas chuvas, é a seca com um pouco de neblina durante a madrugada. |
A província II abrange as regiões quentes da costa da América do Sul, a Amazônia, Ásia e África. Apresenta um clima tropical quente e úmido, que depende da proximidade do mar, dos brejos e da floresta para garantir sua umidade. Na época das chuvas, alternam-se dias quentes e úmidos, com temporais violentos e dias quentes e secos quando a temperatura não baixa, nem à noite. |
A
província III se localiza no Planalto Central, região típica
de cerrado. Situada no interior dos continentes, onde não há influência de ventos marinhos, em altitudes que variam de 500 a 1000m. Nesta província, as árvores são poucas e as elevações mais altas, isoladas nas florestas, são chamadas de Chapadas. Muitas das orquídeas originárias desta província são terrestres. A característica mais interessante destes locais é a alternância diária violenta de temperatura. Com quedas de temperatura de podem chegar a 35º C do dia para a noite, em determinados locais No Brasil, temos os planaltos de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. |
E
finalmente as regiões mais frias, como Sibéria, China, Japão,
alto Himalaia, grande parte da Europa, América do Norte, Patagônia e partes mais altas da Cordilheira dos Andes fazem parte da quarta província. No Brasil, Pabst considerou os cumes da Serra do Mar e de Minas Gerais, como fazendo parte desta província. |
Além destas, o livro fornece outras informações preciosas para compreender a ocorrências destas plantas em nosso País. |
Engana-se quem pensa que o livro tem apenas interesse científico, discorrendo minuciosamente sobre as condições naturais, deu dicas preciosas de cultivo, sobre umidade, movimento do ar, luz incidente e lateral, estufa ideal e etc. Discorre ainda sobre as três principais formas de vida (orquídeas aéreas, epífitas e rupícolas/terrestres). Fala também das micro-orquídeas, de cultivo em troncos de xaxim, cultivo em árvores vivas, multiplicação na natureza, germinação sobre pedra. A própria indicação da província ajuda o cultivador escolher uma planta mais adequada ao seu ambiente. Embora saibamos que no cultivo de orquídeas, nada é matemático pois, como sempre, dependendo dos fatores, pode-se cultivar orquídeas em condições diferentes daquelas de seu habitat de origem mas de qualquer maneira serve como ponto de partida. Muitos outros pesquisadores brasileiros e estrangeiros nos legaram trabalhos muito importantes para o conhecimento de nossas orquídeas, publicados em diversas revistas e em livros. Levantamentos minuciosos e revisões vêm sendo feitas no tocante a diversos gêneros mas seria muito extenso falar sobre eles aqui. Na medida do possível, vamos incluindo em nossa pauta, como já foi feito com Francisco Miranda, Lou Menezes e Carlos Eduardo de Britto Pereira (Vejam Orchid News nºs 6, 7 e 10) |
Espécies que descreveu | ||
Pabst reviu diversas espécies transferindo-as de gênero mas bastante extensa é a lista de espécies que descreveu, (sozinho ou junto com outros
pesquisadores) como: |
||
Barbosella trilobata, | ||
Brachionidium dungsii | ||
Brachystelle hatschbachii, | ||
Brachystelle hoehnei, | ||
Brassavola fasciculata, | ||
Brassocattleya Araujoi (junto com Mello) | ||
Bulbophyllum
longipetalum, Bulbophyllum melloi, Capanemia ensata, Capanemia riograndensis, Capanemia spathuliglossa, Catasetum blackii, |
||
Catasetum meeae, | ||
Catasetum
ornithoides, Catasetum rohrii, Catasetum rondonense, Catasetum stenoglossum, |
||
Catasetum
X issanensis
|
Cattleya araguaiensis, | ||
|
Cattleya silvana (species dubia) | |
Cattleya X kaustkyi (com Dungs, híbrido natural entre C. harrisoniana e C. warneri) | ||
|
Cattleya X duvenii (híbrido natural entre C. guttata e C. harrisoniana), |
Cirrhaea
seidelii, Cleistes itatiaiae, Cleistes ramboi, Cleistes strangii, Cleistes uliginosa, Cranichis nudilabia, Cryptarrhena ghillanyi, Cyclopogon stenoglossus, Encyclia alogoensis (atualmente Anechillium alogensis), Cyrtopodium edmundoi (com referência a Cyrtopodium , veja em Orchid News nº 7, entrevista com Lou Menezes), Dichaea rodriguesii, Encyclia campos-portoi, Encyclia cardimii, Encyclia dutrai, Encyclia duveniii, Encyclia ghillanyi, Encyclia kautskyi, Encyclia moojenii, Encyclia seidelii, Encyclia xerophytica, |
Epidendrum addae, |
Epidendrum
cryptoglossum, Epidendrum ecostatum, Epidendrum kautskyi, Epidendrum warasii, Erythrodes brachyplectron, Erythrodes bruxelii, Erythrodes fissirostris, Habenaria drenopetala, Habenaria heringeri, Habenaria hatschbachii, Habenaria heringeri, Habenaria lancipetala, Habenaria rostrata, Koellensteinia altissima, Lankesterella saléhi Lepanthes brasiliensis, Masdevallia kautskyi, Masdevallia richteri, Maxillaria seidelii, |
Miltonia
kayasimae (hoje Annaeliesia kayasimae) |
||
Miltonidium
X salvadoi (junto com Mello, híbrido natural de Miltonia e Oncidium) |
||
Mormodes
cucumerina, Mormodes vernixioidea, Octomeria amazonica, Octomeria cariocana, Octomeria crassilabia, Octomeria flabellifera, Octomeria reitzii, Octomeria rohrii, Octomeria schultesii, Octomeria setigera, Odontorrynchus ghillany, |
||
Oncidium X Colnagoi (híbrido natural de Oncidium zappii X O. gardneri var. caloglossum) (Com referência a este híbrido, ver Orchid News nº 10, entrevista com Carlos Eduardo de Britto Pereira e veja também o tópico GÊNEROS: Oncidium, considerações sobre o gênero Oncidium |
||
Oncidium
edmundoi, Oncidium kaustkyi, Oncidium leinigii, Oncidium X scullyi (híbrido natural de Oncidium curtum X O. gravesianum) |
||
Oncidium truncatum | ||
Oncidium zappii | ||
Oncidium
welteri, Orleanesia richteri, Phymatidium vogelii, Platystelle edmundoi, Pleurothallis bacillaris, Pleurothallis colorata, Pleurothallis cordilabia, Pleurothallis curti-bradei, Pleurothallis dutrai, Pleurothallis egleri, Pleurothallis eugenii, Pleurothallis farinosa, Pleurothallis fluminense, Pleurothallis garayi (com Garay), Pleurothallis ghillanyi, Pleurothallis githaginea, Pleurothallis gomesii-ferreirae, Pleurothallis gonzalezii, Pleurothallis graveolens, Pleurothallis karlii, Pleurothallis kautskyi, Pleurothallis magalhaesii, Pleurothallis malmeana, Pleurothallis rudolfii, Pleurothallis seidelii, Pleurothallis stenoglossa, Pleurothallis timeropetala, Pleurothallis wanderbildtiana, Pleurothallis welteri, Pseudolaelia cipoensis, Pseudolaelia geraienses, Pseudolaelia irwiniana, Rodrigueziella petropolitana, Sarcoglottis amazonica, Sarcoglottis heringeri, Scaphyglottis sickii, |
||
Scuticaria irwiniana | ||
Scuticaria itirapinensis |
Scuticaria
kautskyi
|
||
Sobralia margaritae | ||
Sophronitis pygmaea | ||
Stellis
leinigii, Stenorrhynchus lutzii, Triphora heringeri, Vanilla denticulata, Vanilla dungsii, Zygopetalum ghillanyi, Zygopetalum reginae, |
||
É curioso notar o grande número de espécies de Laelia descrito por Pabst no século XX,
apesar de Minas Gerais ter sido um dos estados mais explorados pelos pesquisadores
no século XIX: |
||
Laelia angereri (1975) Laelia blumenscheinii (1975) |
||
Laelia bradei (1973) | ||
Laelia cardimii (com Mello 1978) | ||
Laelia endsfeldzii (1975) | ||
Laelia fidelensis (1967), embora descoberta em l940 e declarada por Hoehne como espécie
nova, ficou muito tempo sem ser descrita. Pabst a recebeu em l966) |
Laelia gardneri (1975) | ||
Laelia ghillanyi (1973) | ||
Laelia
gracilis(1979), Laelia hispidula(com Mello 1978), Laelia itambana (1973), Laelia kautskyana (1974), Laelia kettieana (1974), Laelia liliputana (1973), Laelia mantiquierae (1975), macrobulbosa, Laelia pfisteri(com Senghas, 1978), Laelia reginae (1975), e os híbridos naturais: Laelia X caetensis (L.flava X L. crispata), Laelia X carassana (L.mantiqueirae X L.lucasiana), Laelia X cipoensis (L.ghillany X L. crispata), Laelia X gerhardt-santosi (L.harpophylla X L. kautskyana), Laelia X espiritosantense (L.pumila X L. xanthina). Também alguns híbridos naturais intergenéricos: Laelicattleya lambari (L.flava X C. lodigesii), Laelicattleya rigbyana (C. schilleriana X L.pumila). |
(Observação: Com referência aos estudos sobre o gênero Laelia ver Orchid News nº 6, com o pesquisador Francisco Miranda onde ele fala sobre a revisão
que fêz do gênero Laelia depois de um longo período
de estudos). |
|
|